Brasil e o “shuttle” de reprodutores, por José Carlos Fragoso Pires Jr. » Jockey Club Brasileiro - Turfe

Brasil e o “shuttle” de reprodutores, por José Carlos Fragoso Pires Jr.

OrsenigoDesde os idos de 1952 – já lá se vão mais de sessenta anos – a prática da importação temporária, no caso, o arrendamento, de grandes reprodutores pelo Brasil (hoje chamada de “shuttle”) é uma constante em nosso turfe.

Tudo foi iniciado com Orsenigo (foto), ele próprio o resultado de uma troca de coberturas entre criadores italianos e alemães nos idos de 1939. Orsenigo é produto da troca de coberturas entre Ortello – líder das estatísticas italianas e filho do extraordinário Teddy – e Oleander, também líder da estatística alemã de reprodutores de seu tempo, um descendente de Prunus, a quem foi enviada Ostana, mãe de Orsenigo.

Ostana voltou cheia de sua temporada na Alemanha e ao potro nascido na Itália foi dado o nome de Orsenigo, ganhador do Derby italiano de 1943.

Com uma visão além de seu tempo, convictos de que a internacionalização dos pedigrees seria uma constante no futuro da criação mundial, Nelson e Roberto Seabra trouxeram o cavalo para o Brasil, realizando o que viria a ser o nosso primeiro “shuttle.”

escorial93Em nosso país, Orsenigo deixou três gerações nascidas no Haras Guanabara em 1953, 1954 e 1955. Entre seus vários produtos clássicos, estão os excepcionais Escorial (foto) (depois reprodutor de sucesso na França), Lohengrin, Cáucaso e Emoción, todos de sua última geração entre nós.

O pioneirismo dos irmãos Seabra, porém, não se limitou ao arrendamento de reprodutores. Várias de suas éguas foram enviadas para ser cobertas na Argentina e na Europa. Apenas como exemplo, podemos citar Encore, nascida em 1951, filha do argentino Advocate, um animal de enorme sucesso na criação platina. E Embuche, filha do notável francês Le Haar. Sem mencionar Embuia, mãe da espetacular Emerald Hill, uma filha do também europeu Sunny Boy.

A seguir, encontra-se na ordem cronológica de chegada ao Brasil dos vários reprodutores que vieram em “shuttle” ao país, desde o ano de 1952, e que estão na base da grande melhoria de nossa criação. Como se segue:

Shuttles para o Brasil

1952– Orsenigo

1953– Orsenigo

1954– Orsenigo

1966– Antelami

1967– Antelami

Tsunami Slew1968– Antelami

1991– Fast Gold

1992– Tsunami Slew (foto)

1995– Most Welcome; Sunny’s Halo; Vert Amande

1996– Roy; Formal Dinner; Apple Tree

1997– Be My Chief; Latin American

1998– Trempolino

1999– Bin Ajwaad; Candy Stripes

2000– Royal Academy

2001– Spend a Buck; Royal Academy

2002– Spend a Buck; Trempolino; Vettori

2003– Sagamix; Vettori; Put It Back

putitback2004– Our Emblem; Put It Back (foto); Redattore

2005– Our Emblem; Mark of Esteem; Redattore

2006– Gilded Time; Siphon; Miesque’s Son; Put It Back

2007– Sulamani; Redattore; Northern Afleet

2008– Sulamani; Point Given; Val Royal; Redattore; Put It Back; Northern Afleet

2009– Silent Name; Elusive Quality; Put It Back; Northern Afleet; Point Given; Artax; Sinndar; Linngari; Good Reward

2010– Elusive Quality; Shirocco; Macho Uno; Refuse to Bend; Artax; Put It Back; Linngari; Avanzado; Good Reward; Peintre Celebre; Pounced

2011– Manduro; Shirocco; Artax; Refuse to Bend; Linngari; Marsh Side; Avanzado; Pounced; Peintre Celebre

Kodiak2012– Roderic O’Connor; Holy Roman Emperor; Benny The Bull; Drosselmeyer; Silver Train; Shirocco; Marsh Side; Linngari; Put It Back; Good Reward; Pounced; Avanzado

2013– Silver Train; Soldier of Fortune; Rock of Gibraltar; Benny The Bull; Put It Back; Drosselmeyer; Marsh Side; Good Reward; Pounced

2014– Forestry; Discreet Cat; Shanghai Bobby; Kodiak Kowboy (foto); Drosselmeyer; Benny The Bull; Trinniberg.

Gostou da notícia? Compartilhe!

Pular para o conteúdo