De criação e propriedade do Haras São José & Expedictus, para muitos, inclusive em uma eleição realizada pelo jornal O Globo, o maior cavalo que já passou por nossas pistas, Itajara era treinado por Francisco Saraiva e sempre pilotado por José Ferreira dos Reis, o Reisinho.
Filho de Felicio e Apple Honey, por Falkland, o craque foi Tríplice Coroado em 1987 e deixou as pistas invicto através de sete apresentações para ingressar na reprodução, onde produziu, em apenas três gerações, 22 ganhadores clássicos, incluindo, entre outros: Siphon (Ebrea, por Kublai Khan) –G1 – USA, Romarin (Salluca, por Sallust) – G2 – USA, Piraguara (Giannetta, por Karabas) – G2, Ozanam (Gold Stern, por Karabas) – G1, Una Brisa (Laylane, por Kublai Khan) – G3, Uma Brasa (Little Princess, por Figurón) – G3, Spring Princess (Fairy Fay, por Karabas) – G3, Spring Star (Foix, por Karabas) – G2, Vitalina (Princess Of Tides, por Dahar) – G2, Thessalie (La Grisette, por Karabas) – G3.
Abaixo, veja os videos de Itajara vencendo os GGPPs Estado do Rio de Janeiro (G1), Francisco Eduardo de Paula Machado (G1) – Taça de Ouro, Cruzeiro do Sul – Derby (G1) e Jockey Club Brasileiro (G1):
Para homenagear o craque, o site do Jockey Club Brasileiro publica um texto escrito, à época de sua morte, por Marcos Ribas de Faria, mais conhecido como Escorial, para a extinta Revista JCB.
Um craque fantástico, por Marcos Ribas de Faria
Por melhores que tenham sido outras décadas do nosso turfe, por melhores e brilhantes que tenham sido os runners que fizeram as historias das mesmas, poucos alcançaram o privilégio da de oitenta. Afinal, foi nela que nasceu e correu um dos melhores corredores nacionais de todos os tempos, um fenômeno maravilhoso nas pistas que conseguiu superar os limites dos mesmos e chegar a uma popularidade só comparável, por exemplo, a da argentina Tirolesa, do Stud Seabra, no inicio dos anos 50 e final dos anos 40, aqui no Rio. Seu nome, ITAJARA. Sua filiação impecavelmente real (os franceses diriam que ele nasceu em pourpre): Felicio em Apple Honey, por Falkland. Seus criadores e proprietários, os Haras São José & Expedictus, da família Paula Machado. Suas cores, ouro e costuras azuis.
Sete apresentações e sete vitórias que fazem parte indelével dos grandes momentos que o Hipódromo Brasileiro viveu desde a sua criação. Dos 1.100 metros, debaixo de um temporal e em pista de areia encharcada, no mês de outubro de 1986, aos três quilômetros do Grande Prêmio Jockey Club Brasileiro (G1), um grande clássico, o nosso St. Leger de então, também em tarde chuvosa, mas em pista de grama pesada em junho de 1987 quando chegou ao titulo de tríplice-coroado invicto, o filho da Oaks winner Apple Honey, tornou-se inesquecível pela sua avassaladora ação, pelo emocionante prazer que tinha de correr, prazer e emoção que os espectadores não deixaram de sentir.
Uma das jóias mais raras do nosso élévage que, levado para reprodução, começou brilhando igualmente (como atestam, entre outros, Romarin e Siphon). Filho do grande Felicio, um maiores sires que passaram por nossos haras, Itajara, infelizmente morreu, na Argentina, onde estava servindo como padrillo. Uma perda irreparável para todos aqueles que amam verdadeiramente o turfe acima de qualquer coisa.
Nove concorrentes no páreo em sua homenagem…
Na jornada de domingo, bons arenáticos irão medir forças nos 1.500 metros, areia do Clássico Itajara (L.). O craque será celebrado pelo Jockey Club Brasileiro em mais uma oportunidade numa prova com sete competidores:
Jackson Story (Stud Sempre Por Um Triz); Glen Miller (Stud Dom Luluca); Wind Of Change (Stud Pixote); Hang Over (Stud Coral Gables); Fletcher (Stud Snob); Reservado (Stud Joaquin e Emiliano); e Super Bold (Stud Santa Tereza).
Da Redação – Fotos: Arquivo JCB & Sylvio Rondinelli