Depois de uma longa investigação, processos administrativos, dentre outras idas e vindas, a Racing New South Wales, na Austrália, fixou a pena imposta ao treinador Sam Kavanagh (FOTO), pelo uso sistemático de medicamentos proibidos. E no veredito dos comissários, o profissional australiano recebeu uma suspensão de nada menos que 9 anos e 3 meses.
Em agosto, Kavanagh foi considerado culpado por 23 das 24 acusações feitas pela RNSW em seu desfavor. Os comissários chegaram a fixar uma suspensão de 18 anos em seu parecer extra-oficial, nesta segunda-feira (22), mas em razão de atenuantes verificadas na conduta de Kavanagh, a punição caiu para a extensão já mencionada.
O imbroglio envolvendo Kavanagh iniciou-se em janeiro deste ano, quando Midsummer Sun (Monsun), preparado pelo profissional, venceu a Gosford Gold Cup (L), tendo o exame antidoping do animal acusado a presença de cobalto. A partir daí, a RNSW iniciou uma investigação nas cocheiras de Kavanagh, bem como por meio de exames aleatórios realizados junto a vários de seus pupilos. Ao final do processo, os relatórios e exames colhidos pelos comissários da RNSW indicaram que Kavanagh fazia uso frequente de um “complexo vitamínico” em seus animais, sendo que tal fórmula tinha no cobalto o mais abundante de seus componentes.
Os exames também deram conta de demonstrar que, além do dito “complexo vitamínico”, corticoidesteroides e gás xenônio também foram ministrados nos animais de Kavanagh.
Durante o processo administrativo ao qual foi submetido, Kavanagh confessou aos comissários que fazia uso do “complexo vitamínico”, e que este lhe era fornecido pelo Dr. Tom Brennan, do Flemington Equine Clinic. Considerado culpado por 12 acusações, Brennan recebeu uma suspensão de 6 anos. Já Aaron Corby, “manager” do Flemington Equine Clinic, foi suspenso por 3 meses por ter tentado persuadir Kavanagh a omitir o nome de Brennan nas investigações.
Além de Kavanagh, outros treinadores australianos foram – e continuam – investigados pela RNSW, em razão de suspeitas sobre o uso sistemático de cobalto em seus animais. Peter Moody, treinador de Black Caviar, e Danny O’Brien são dois dos nomes em questão.
Conforme publicado pela ABCPCC no último dia 8 de setembro, o Conselho de Substâncias e Práticas Proibidas da IFHA estabeleceu como 0,1 micrograma por mililitro na urina do animal, o máximo a ser tolerado nos exames antidoping para a presença de cobalto. Assim, o cobalto passa a integrar o item 16 da Cláusula Sexta do Acordo Internacional sobre Criação, Corridas e Apostas da IFHA (clique aqui para conferir o documento), ao lado de outras 10 substâncias, com limites de presença pré-estabelecidos.
Transcrito do site da ABCPCC