Um levantamento feito há algum tempo mostrou a distribuição do plantel nacional pelos Estados. O Rio Grande do Sul representava 49.5% do plantel nacional, São Paulo tinha 21%, o Paraná outros 21% e o resto do Brasil 8.5%. Desses 8.5%, cerca de 80%, aproximadamente 6.8%, cabiam ao Mato Grosso do Sul, basicamente ficavam por conta do Haras Ponta Porã, e o restante para os outros Estados. O Rio de Janeiro, que teve uma época de entusiasmo criacional e depois quase se extinguiu ante a realidade, não tem já de algum tempo mais de 50 reprodutoras, com a maioria delas em um só haras, o Escafura.
O êxodo dos criadores domiciliados no Rio teve como consequência o fortalecimento do plantel paranaense, principalmente com a ida dos clássicos Haras Santa Rita da Serra e São José da Serra para o Paraná.
Para a região de Bagé, cuja cidade fica a cerca de 40kms da cidade de Aceguá, divisa do Brasil e do Uruguai, foram mais haras. Aceguá é na verdade ainda uma vila, cuja metade é brasileira e metade uruguaia. Não há nenhuma separação, os dois lados vivem harmoniosamente, o trânsito é livre, e é comum e normal uns de um lado da rua trabalharem normalmente do outro lado, isto é, trocam de país só atravessando a rua principal da vila. De uns poucos anos pra cá, o Município de Bagé foi dividido em quatro (Bagé, Aceguá, Ulha Negra e Candiota). No caminho da cidade de Bagé para o Uruguai, mais ou menos na metade da estrada asfaltada, cerca de 20kms, termina na divisa sob o Rio Negro que passa por debaixo da rodovia, aonde termina o Município de Bagé e inicia-se o Município de Aceguá. A pobreza de Aceguá, sem uma maior infraestrutura, faz com que o ainda incipiente Município de Aceguá só exista na prática no papel, pois tudo continua como antes, a vida girando em torno da Cidade de Bagé, com uma ótima infraestrutura para uma cidade pequena. Mas esse tal rio que limita os hoje dois diferentes municípios, teoricamente separou o ótimo núcleo criacional que era só Bagé. Do lado de Bagé permaneceram os Haras Santa Amélia, Di Cellius, Bagé Horse, Old Friends, Lorolú (hoje ocupado pelo Stud H&R), Nacional e TNT, e do outro lado do município novo os Haras Mondesir, Santa Ana do Rio Grande, Anderson, Castelo, Bagé do Sul, Espantoso, Santa Maria de Araras, Doce Vale e Nijú.
Por ideia e pesquisa do criador José Carlos Fragoso Pires Júnior, foi feito um levantamento dos garanhões que vão trabalhar em Bagé/Aceguá no segundo semestre de 2015.
No município de Bagé/Aceguá nasce anualmente cerca e 1/3 da produção nacional de cavalos puro-sangue de corrida. Daí o interesse da Comunidade Turfística em saber quais os garanhões a serem utilizados na próxima Estação de Monta do segundo semestre de 2015. Em principio, conforme pesquisas e consultas, o panorama é o que se segue:
– Hs. Anderson – Emirates to Dubai e Phone Time
– Hs. Bagé Horse – Certo e Mike Toor
– Hs. Bagé do Sul – Aerosol, Kodiak Kowboy, Poker Face e Public Purse
– Hs. Di Cellius – Bold Start, Conclusivo e Taludo
– Hs. Doce Vale – Ay Caramba, Flymetothemoon e Round Hill
– Hs. Espantoso – Mestre Incógnito e Union Avenue
– Hs. Fronteira – Glória de Campeão, Kará de Birigui e Muito Melhor
– Stud H&R – Acteon Man
– Hs. Mondesir – Agnes Gold
– Hs. Nacional – Good Reward, Elmustanser e Hendrix
– Hs. Old Friends – Redattore e Mellon Martini
– Hs. Santa Amélia – Jujuy, Snack Bar e Tenarin
– Hs. Santa Maria de Araras – Adriano, Cisne Branco, Put-it-Back e Wild Event
– Stud TNT – Drosselmeyer, Dubai Dust, First American, Molengão, Out of Control, Sal Grosso e Vettori
É de se notar a falta de três garanhões, habitualmente em Bagé. Um deles, o grande clássico Crimson Tide, foi para São Paulo para o Haras San Francesco. Outro era Our Emblem, que morreu em dezembro de 2014. E Signal Tap, muito bom pai clássico, que em função da idade foi aposentado.
Como ainda faltam cerca de 3 meses para o início da estação de montas, é possível que se verifique alguma alteração, mais o panorama descrito é a realidade. Serão esses os responsáveis pela produção, em 2016, de todos ou quase todos os produtos do município de Bagé/Aceguá, o maior e mais qualitativo núcleo criacional brasileiro.