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O Matungão, por Marco Aurélio Ribeiro

Foi um “Ultimatum” no que seria o “Canto do Cisne”

A principal atração da corrida do último domingo no Hipódromo da Gávea foi o Clássico Escorial, em 2.400 metros, grama pesada. Todas as atenções voltadas para o craque até então invicto Cisne Branco, que reaparecia de exatos 14 meses de ausência. Sem perder nas quatro atuações que produziu, duas delas de Grupo I e da Tríplice Coroa, o alazão, segundo seu excelente treinador, voltava com 70% do potencial, visando a meta principal que será o GP Brasil de agosto. Enfim, desde a largada, todo mundo de olho no favorito que largou por fora de todos e foi mantido em quinto pelo Carlos Lavor. Enquanto isso, o voluntarioso Ultimatum assumia a liderança, com certa facilidade, uma vez que o ritmo inicial não foi forte. Na reta final, ainda “inteiro” e conduzido com rigor e inteligência por Bruno Reis, Ultimatum aparou inúmeros ataques, o derradeiro deles de Cisne Branco. Venceu com firmeza para a felicidade e alegria de seu proprietário, o amigo e grande veterinário Luís Flávio Géo de Siqueira (continuo afirmando que apenas o matungo aqui menciona o nome inteiro do profissional…). Apresentação com a categoria de sempre do campeão Venâncio Nahid. Quanto a Cisne Branco, a certeza de que na maior prova do turfe nacional será um osso duro de roer. Voltou muito bem preparado e se aguerriu.

Que Clase, direção mais que perfeita de Jean Pierre

O destaque das corridas da Gávea no sábado foi a Prova Especial Hyperio, em 1.000 metros, grama pesada. A argentina Que Clase foi eleita favorita, com todo mérito, mesmo enfrentando corredores mais novos. Mas na realidade não teve vida mansa na competição e venceu por diferença pequena um adversário valente e que mostrou classe (com dois s). Muito contribuiu para a conquista da defensora do Haras Santa Maria de Araras a direção mais que perfeita do jóquei Jean Pierre que trouxe sua conduzida na hora certa e com rigor necessário para dominar Acredite em Mim. Podem acreditar mesmo, pois o piloto foi mais que fundamental para esta conquista da “hermana”, que sempre será forte adversária em provas de tiro curto. Preparo perfeito de Roberto Morgado Júnior, um craque na profissão. A destacar, ainda, na prova, as boas apresentações de Hot e Word’s Best que chegaram a seguir. O dia que conseguir largar por uma baliza de dentro (sempre sai por fora) Acredite em Mim vai surpreender gente grande.

Frases que merecem ser lidas

Neste espaço matungo-cultural, mais uma frase que merece destaque:

“Consegui meu equilíbrio cortejando a insanidade.(Renato Russo)

Rapidinhas

* Jorge Ricardo assumiu de vez o topo do mundo e saiu tirando. A cada reunião aumenta a vantagem sobre o canadense Russel Baze. Desta vez será muito difícil para o “Rei” de Golden Gate Fields recuperar o primeiro posto. Nada mais justo para o maior profissional que o turfe brasileiro já conheceu.

* Tiger Woods venceu prova clássica em San Isidro para a alegria de Sérgio Coutinho Nogueira, titular do Haras Regina. De parabéns o amigo Beto Feltran que iniciou e conseguiu sucesso com o craque em pistas brasileiras.

* Semana com feriado e a corrida de sexta-feira transferida para a terça que vem, Dia dos Namorados. Tem gente reclamando sem motivo. Muitos estão a pé mesmo…Qual o problema?

* Nas seletivas cariocas para a Taça de Prata domínio total do “Alemão” que mandou para o disco High Jinks e Heaven Fleur, com autoridade.

* Aniversariou na última segunda-feira o treinador e meu amigo Valtemir Severo Pedersen, vulgo “Junior Mala”. Que todos saibam que nem sequer uma Coca Cola o “já quase na terceira idade” pagou. Mas ninguém esperava mesmo. Ainda assim, o matungo deseja muita saúde e vitórias.

* Existem certas escritas no futebol que não mudam nunca. O Brasil sempre encontra problemas contra a seleção do México. Entra ano, sai ano e o pessoal do sombrero continua sendo um entrave. Sai inhaca.

* Por falar em futebol, impressionante o caso do Ronaldinho Gaúcho, como diria certo comentarista “um ex-jogador em atividade”. Agora dá entrevista afirmando ser quase um monge presbiteriano. Que Belo Horizonte o receba com muitas baladas e festas. Vai na paz e espera sentado pelos R$ 40 milhões. A seguir, uma previsão do futuro.

O MATUNGÃO VIBROU

É uma paixão eterna, que nunca morre. O turfe pode passar por momentos difíceis, crises e seja lá o que for, mas quem tem correndo nas veias o sangue da atividade não deixa a chama apagar jamais. O sucesso nos leilões de potros já realizados mostra que a busca pelo craque é incessante. Desde aqueles que podem dispor de pagar preços exorbitantes até os que fazem contas para ter a certeza de poder atingir seu objetivo. Nos leilões de treinamento o resultado é o mesmo, com proprietários renovando seus plantéis. Uns pagam mais caro, outros torcem para que seu lance seja o vencedor, mas todo mundo participa. Por esta razão, vibro muito ao acompanhar essa paixão. E o turfista? Reclama, chia e se exalta, mas está sempre estudando o programa e buscando a melhor aposta.

O MATUNGÃO RELEMBRA

Faltando três semanas para o encerramento da temporada 2011/2012, quero neste espaço relembrar alguns fatos marcantes que aconteceram no período. E começo pela semana máxima do turfe carioca, citando duas vitórias inesperadas e que marcaram. Primeiro, a fantástica conquista de Barão da Cevada, derrotando o craque Desejado Thunder numa atropelada fulminante. Momento de grande emoção para Carlos Henrique Coutinho e Reynaldo, titular do Haras The Best. Vencer um Grupo I na semana maior do turfe é algo que marca para sempre. No dia seguinte, outra emoção incrível quando um ganhador de apenas uma prova comum leva de ponta a ponta o GP Brasil, resistindo a craques como Too Friendly e Jéca. Mais uma vez o campeão Guignoni e a primeira do menino Henderson Fernandes. Como diria o amigo Jair Balla: “São emoções que só o turfe pode proporcionar”. Semana que vem a gente relembra mais…Chega!

Transcrito do blog O Matungão

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