Potro dos mais regulares da Geração 2021, Nagayama reapareceu direto na abertura da Coroa e mostrou o coração dos grandes campeões. Muito bem corrido por seu piloto, o castanho abriu caminho para ser o 13º Tríplice Coroado do turfe carioca, com belo êxito nos 1.600 metros, grama leve, do Grande Prêmio Estado do Rio de Janeiro – Araras Blood & Power (G1), uma das maiores atrações da excelente reunião – que movimentou mais de R$ 1 milhão em apostas – do domingo, 09 de fevereiro, no Hipódromo da Gávea.
A criação do Haras Santa Rita da Serra é um dos pilares do turfe nacional. Afonso Burlamaqui, um apaixonado pelo cavalo de corrida não mede esforços para sempre elevar o pedigree de seus animais, trazendo garanhões de fora do país, investindo e acreditando na atividade. Nagayama é mais um presente do último criador e proprietário Tríplice Coroado do Brasil (Janelle Monae) para o turfe nacional.
Dylan Silva Machado mostrou ser um profissional iluminado. Em janeiro levantou o GP Turfe Gaucho, no dorso de Goodcat e agora, pouco antes de embarcar para os EUA, venceu sua primeira prova de G1, dando direção espetacular em Nagayama, um potro de um coração enorme e que, desde seus primeiros matinais, é levado em altíssima conta.
Bicampeão da estatística de treinadores do turfe carioca, trabalhando todos seus animais no Hipódromo da Gávea que, nesta temporada, enfrenta um dos verões mais severos dos últimos tempos, Leonardo José dos Reis é um treinador espetacular, dedicado e que conta com uma equipe sensacional, capitaneada por seu filho, Lucas Reis, que o ajudou a trazer Nagayama em forma esplêndida, mesmo após quatro meses fora das pistas, com um problema de tendão. Agora, a missão é preparar Nagayama para tentar ser o 13º Tríplice Coroado do Jockey Club Brasileiro.
O Stud CRDM/ São José dos Bastiões reúne a parceria entre o empresário Celso Roberto Dias Mendes, com DNA turfístico, pai que é, de Bruno Reis, Celson Afonso e Roberto Canela (que chorava copiosamente após o final do páreo), com a Família Paiva (Serginho Paiva), apaixonados turfistas pernambucanos, que vivem e respiram o PSI, com cavalos em vários hipódromos do país.
Com Olympic Orkut retirado durante o trabalho de alinhamento, partida excelente para os 15 competidores. Pelo menor caminho, o veloz No More Trick pulou na dianteira, como de costume. Vindo da última baliza, Explorer logo igualou a linha de No More Trick. Nosso Sentimento, Saladino, Semente da Paz, Saúde e Sorte, Nagayama, Olympic Oman, On My Side, Vitruvian, Navy Of War, Prime Fortune, Sinsel, Mc Arrocha e Impetus vinham depois. Sem grandes alterações no panorama, No More Trick e Explorer duelavam pelo primeiro posto. Semente da Paz, Nagayama, On My Side, Saladino e Olympic Oman já começavam a caça aos ponteiros.
Em plena reta final, quando Explorer e No More Trick começaram a sentir o forte ritmo que imprimiram, vários animais deram fila de que poderiam brigar pela vitória. Porém, foi Nagayama quem encontrou caminho livre e apresentou-se com excelente ação para tomar conta do páreo. Sem passagem, pelo interno da raia, On My Side via seus rivais lhe ultrapassarem por fora. Mc Arrocha apareceu para a sua tradicional estocada final. Todavia, Nagayama vinha inteiro na frente e resistiu com sobras para vencer linda prova. O ótimo Mc Arrocha formou a dupla, em mais uma bela performance. Navy Of War, Sinsel e On My Side completaram o marcador remunerado.
Nagayama é um 3 anos, filho de Setembro Chove e Fatal Attraction, por Roderic O’Connor. Na sua segunda vitória, a primeira clássica e logo um G1, Nagayama cobriu o percurso em 1min32s80.
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Por Fernando Lopes – fotos: Sylvio Rondinelli