Potro que nunca atuou no mesmo percurso – venceu em 1.000, 1.500 e agora 2.000 – Ungai Hai não escolhe distância para mostrar seu poderio locomotor. Na tarde do domingo, 1º de outubro, o crioulo do Haras Doce Vale dominou seus rivais nos dois quilômetros, grama pesada, do Grande Prêmio Linneo de Paula Machado (G1). O Grande Criterium é uma homenagem ao fundador do JCB, uma das figuras mais importantes da história do turfe no país.Ildefonso Coelho de Souza é profissional dos mais conceituados do esporte no Brasil. Ter a oportunidade de treinar um animal do quilate de Ungai Hai dignifica sua dedicação e anos de bons serviços prestados ao saudoso Alfredo Grumser e seus familiares. O Haras Doce Vale, um grande celeiro de campeões, geração pós geração nos presenteia com animais fantásticos e Ungai Hai parece mais um deles. Alexandre Correia, nitidamente, fica mais inspirado quando veste a farda que lhe deu o prazer inenarrável de vencer um GP Brasil – Pimper’s Paradise (2020) – e desta feita não foi diferente. O bridão cearense deu impecável condução ao líder da Geração 2020 no maior palco de corridas do país.
Como esperado desde o pagamento dos addeds, Companheiro Leal e Keep Legendary saíram num ritmo alucinante, um pelo outro da partida até a cabeça da reta decisiva, quando Companheiro Leal deu por encerrada sua missão. Monanfan, Apolo Dez, Moroccan, Ungai Hai, Pachacuti, Mapa do Brasil e Lancelot Kitten vinham depois. Na grande curva, o lote aproximou-se, uma vez que o ritmo inicial começava a pesar para os dois primeiros.
No momento de decisão do último G1 de 2023 no Rio de Janeiro, Keep Legendary seguiu na dianteira, enquanto Companheiro Leal renunciava, sobrando para as últimas colocações. Arrumando uma corajosa passagem entre Monanfan e Keep Legendary, Ungai Hai surgiu com ação avassaladora para esbanjar nunca ter corrida a distância, dominar os rivais e vencer como o ótimo valor que demonstra desde seus primeiros privados. Aberto, quase na grade de fora, Mapa do Brasil finalizou em segundo, superando Pachacuti, que parecia com a posição assegurada. Monanfan e Apolo Dez completaram o placar luminoso.
Ungai Hai é um 3 anos, filho de Can The Man e Lush Life, por Public Purse. No seu terceiro triunfo, em igual número de apresentações, o primeiro nobre e logo de G1, Ungai Hai parou os relógios em 2min05s53.
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por Fernando Lopes – fotos: Sylvio Rondinelli