Jorge Antônio Ricardo, o Ricardinho, filho de Antonio Ricardo, um dos maiores freios do turfe nacional, e Maria Possamai Ricardo, acabou de completar 62 anos – em 30 de setembro – o famoso ontem, e teve sua brilhante trajetória eternizada pelo Jockey Club Brasileiro, neste domingo, 1º de outubro, com uma estátua de bronze localizada na Pelouse da Tribuna Social “da sua casa”, do palco de suas maiores conquistas, como ele mesmo gosta de ressaltar sempre.“Posicionado” perto do winners circle e em frente ao disco de chegadas, o campeão está perpetuado nos locais que mais frequentou ao longo de sua carreira.
Recordista mundial com 13.272 vitórias, maior vencedor de estatísticas do país, com 26 conquistas consecutivas, Ricardinho obteve o primeiro êxito de sua carreira em 16 de novembro de 1976, com Taim, treinado por seu pai, Antonio Ricardo, aos 15 anos. Desde então, por diversos hipódromos mundo afora, a obstinação de Ricardo pelo topo nos fizeram presenciar memoráveis tarde/noites de excelência na arte de pilotar um PSI. Afinal, todos temos um páreo na memória daqueles que só o Ricardo poderia ter vencido…
Os números impressionantes dão a Jorge Ricardo o status de LENDA. E, nem os acidentes, percalços comuns à dura profissão que abraçou, ou um linfoma, foram capazes de impedi-lo na sua irretocável trajetória.
Dono de um caráter ilibado e uma obstinação sem igual, o bridão botafoguense venceu todas as carreiras de G1 do calendário nobre do Hipódromo da Gávea; é multicampeão da estatística de jóqueis no competitivo turfe argentino; figura como o maior campeão do GP Latinoamericano (5x); detém o recorde de vitórias em uma temporada no Brasil (477 triunfos, que também é a maior marca do continente), assim como na Argentina (467); possui o melhor aproveitamento em uma semana de corridas, com 16 êxitos, além do recorde em uma só reunião, com sete páreos vencidos.
Jorge ganhou todos as principais disputas dos quatro maiores hipódromos do país: GP Brasil – Falcon Jet e Much Better; GP São Paulo – Much Better, Macbeth e Head Office; GP Bento Gonçalves – Starman (2x) e GP Paraná – Fort Bird e soma mais de 150 provas de G1 por toda a América do Sul.
Mesmo com esse curriculum supracitado nos parágrafos acima, poder ver seus olhos brilhando, seu sorriso largo e os beijos para a câmera após passar na frente em um páreo de claiming numa tempestuosa noturna de terça-feira, exemplificam de forma irretocável o amor que Jorge Ricardo tem pelo que faz.
Dono da Medalha Pedro Ernesto, um reconhecimento do povo carioca ao grande trabalho que desenvolve em seu estado e também pela contribuição à revitalização do turfe e do esporte, tanto no Brasil quanto no cenário internacional, Ricardo, hoje, recebeu uma estátua e as futuras gerações sempre poderão apreciar, no principal palco do turfe brasileiro, o maior de todos os tempos.
A sua emoção a cada palavra do presidente Raul Lima Neto, do presidente da CC do JCB, Luiz Eduardo Frias de Oliveira, e proprietário, Francesco Carnevale, no discurso de inauguração, são provas inequívocas que temos um ídolo de carne, osso e coração.
Obrigado por tanto,
Jorge Ricardo, nossa eterna Máquina de Vitórias.
por Fernando Lopes– fotos:Sylvio Rondinelli