Uma das mais tradicionais provas do calendário clássico do Hipódromo da Gávea, o GP Estado do Rio de Janeiro teve a sua primeira versão disputada em 1933, com a vitória de Young, de Linneo de Paula Machado, treinado por Ernani de Freitas, parceria que conquistou, também, as sete edições seguintes (1934 a 1940) da carreira.
Desde 1933, disputado sempre na milha e na pista de grama (de 33 a 61, era denominado GP Outono), somente não foi assim em 1970, quando não houve a realização da prova, e no ano de 2009, pois, em virtude da reforma na raia de grama, a disputa ocorreu na pista de areia, marcando a vitória de Engaging, do Haras Maluga, treinado por Victor Paim e na direção de Ilson Correa (filme abaixo).
Em 1962 e 1963, já GP Estado da Guanabara, não fez parte da Tríplice Coroa. Em 64 voltou a cumprir a função de abrir a Coroa, sendo mantida a nomenclatura GP Estado da Guanabara até 1974, quando da vitória de Pilcomayo, de criação dos Haras São José & Expedictus, propriedade do Stud Nossos Filhos.
Em 1975, finalmente, passou à denominação de GP Estado do Rio de Janeiro, seguindo como início da caminhada ao título consagrador, obtido pela última vez, em 2014, por Bal A Bali (Put It Back), Haras Santa Maria de Araras/Stud Alvarenga, com direito a dois recordes de distância, um na milha do GP Estado do Rio de Janeiro e outro no icônico Derby Brasileiro, o GP Cruzeiro do Sul. (CLIQUE AQUI e veja as três vitórias de Bal A Bali na Coroa de 2014)
Antecederam Bal A Bali:
Talvez! (41), Criolan (42), Quiproquó (53), Timão (56), Escorial (59), African Boy (79), Old Master (84), Itajara (87) e Groove (96), Super Power (2000) e Plenty Of Kicks (2012).
Em 2024, mais uma vez com o patrocínio do Leilão Araras Blood & Power, o GP Estado do Rio de Janeiro (G1) recebeu 15 inscrições e o ganhador receberá um prêmio superior a R$ 63 mil – sendo R$ 35 mil da bolsa + added e R$ 15 mil do patrocinador da competição.
Vamos conhecer um pouco mais sobre os 15 competidores anotados – sendo três deles ganhadores de G1 – para tentar abrir o caminho da glória de ser o 13º Tríplice Coroado do turfe carioca:
Ungai Hai (Haras Doce Vale – W.S.Cardoso/ I.C.Souza) – O poderoso e invicto potro da criação do saudoso Alfredo Grumser reaparece após impressionante triunfo no GP Linneo de Paula Machado – GRANDE CRITERIUM – G1 – VER FILME ACIMA) preparadíssimo pelo competente Ildefonso Coelho Souza. O castanho, conduzido por Wesley da Silva Cardoso – que já conquistou uma Tríplice Coroa para a farda, com No Regrets (2017) – tem classe para superar o tempo fora das raias, o retorno para a milha, sendo o competidor a ser derrotado.
Monanfan (Stud Principessa di Capri – J.Moreira/ R.Morgado Neto) e Underdog (Haras Doce Vale – A.Paiva/ V.Nahid) chegaram escassamente separados no trial, o GP Frederico Lundgren (G3 – FILME ACIMA) e chegam aqui como nomes de vulto. Sempre levado na mais alta conta por seus responsáveis, Monanfan parece cada dia correr mais. Underdog perdeu carreira chorada após uma ausência de seis meses das pistas. Aguerrido e contando com o capricho de seu staff, promete destacada performance.
Strategic Spin (Haras do Morro/ Alazão & Greco Stud – A.Gulart/ L.C.Costa) e Moroccan (Haras Anderson/ Haras Sweet Carol – L.Henrique/ Ad.Menegolo) decidiram o GP José Buarque de Macedo (G3 – VER FILME ACIMA), com pequena vantagem para Strategic Spin sobre Moroccan. Os dois chegam ao páreo com possibilidades, podendo surpreender os mais cotados.
Figaro (Haras Old Friends Ltda. – J.Aparecido/ L.R.Feltran (PR)) e The Last Emperor (Stud Eternamente Rio/ Haras Princesa do Sul – M.Ribeiro (SP)/ Ad.Menegolo) são os outros dois ganhadores de G1 do campo – Fígaro (GP Juliano Martins) e The Last Emperor (GP Jockey Club Brasileiro). Após uma sequência duríssima de cinco carreiras de graduação máxima na sequência – Juliano Martins; J.Adhemar de Almeida Prado; Ipiranga; Jockey Club de São Paulo e Derby Paulista -, Figaro, que já conhece a pista de grama da Gávea – ganhou em 2023 a II Copa Precocidade e Velocidade da ABCPCC – fez ótima performance contra os mais velhos, secundando Nureyev Boy na Copa dos Campeões (G2 – CLIQUE AQUI e veja o filme). Adversário poderoso. The Last Emperor colocou-se nos já citados Jockey Club de São Paulo e no Derby Paulista e recebeu um descanso de dois meses. Reapareceu na Gávea, perdendo o 3/1 num dia de troca de pista, preparando-se para esta prova. Tem classe para ser o primeiro no espelho.
Mapa do Brasil (Haras do Morro – V.Gil/ L.C.Costa) favorito da preparatória, o GP José Buarque de Macedo (G3), correu muito aquém do esperado. Gosta da pista pesada e tem carreira para reabilitar-se. Opção interessante.
Companheiro Leal (Haras LLC/ Stud Eternamente Rio – A.M.Souza/ L.C.Costa) potro que deu uma das mais impressionantes demonstrações ao sair do perdedor e depois não mais repetiu o padrão de suas performances. Porém, na última (VER FILME ACIMA), medicado com Lasix, voltou a visitar o winners circle, mostrando novamente a sua enorme qualidade. Pega parada duríssima contra os melhores da Geração, mas leva em seu dorso um jóquei talhado para as grandes conquistas e que tem recuperado seu espaço no competitivo turfe carioca. Rateio alto possível.
Ronigol (Stud Eternamente Rio/ Stud Verde – H.Fernandes/ L.C.Costa) desde os primeiros privados seus responsáveis o tem na mais alta conta. Voluntarioso, o filho de Agnes Gold, se conseguir correr na frente e fazer um train à vontade, pode dar um susto nos mais apostados.
Martin Luther King (Haras Santa Maria de Araras – W.Blandi/ C.Oliveira) reapareceu secundando Companheiro Leal, em boa performance. Possui corridas boas contra alguns dos melhores 3 anos do país e deve lutar por uma colocação.
Keep Legendary (D.S.Machado) e Olympic National (J.Pierre) ambos do Stud Happy Again, e Toque de Amor (W.Xavier/ Stud Eterno Amor), descem do CT Vale do Marmelo treinados, respectivamente, por Roberto Morgado Neto e Roberto Morgado Jr.. Keep Legendary andou sem passagem no José Buarque de Macedo e possui sua parcela de chance. Mais aclimatado às novas cocheiras, Olympic National é opção de rateio elevado. Toque de Amor secundou Monanfan no GP Ernani de Freitas (G3 – VER FILME ACIMA) em novembro. Em dezembro, num dia com troca de pista descolocou-se no 3/1. Pule elevada.
Casino Royale (Fazenda Mondesir – J.Severo (SP)/ M.F.Gusso (PR)), o único estreante do páreo desembarca no Hipódromo Brasileiro cercado de expectativas. Venceu suas duas últimas performances em Cidade Jardim (veja a mais recente, no filme acima) está em francos progressos e convém respeita-lo.
por Fernando Lopes – arte: ALMACA – fotos: Sylvio Rondinelli & Arquivo JCB
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