O último animal a ter seu added pago, Nautilus, na pista, fez exatamente ao contrário, sendo o primeiro a cruzar o espelho e conquistar a glória de colocar seu nome na lista dos ganhadores do Grande Prêmio Brasil (G1), a maior e mais importante carreira do país, com bolsa ao ganhador superior a R$ 300 mil e uma vaga na Breeders’ Cup Turf (G1), que será disputada, em Keeneland, no dia 3 de novembro. Diante do melhor público presente ao Hipódromo da Gávea nos últimos anos e com transmissão ao vivo do Sportv, Nautilus escreveu mais um emocionante e lindo capítulo na história do turfe nacional.
Criado pelo Stud Quintella, fundado por Antonio Domingos Meirelles Quintella e que tem hoje em seu filho, Antonio Landim Meirelles Quintella (aniversariante do dia), o seu representante, Nautilus é fruto de um amor pelo cavalo que atravessa gerações. Nada mais merecido para coroar essa devoção do que uma vitória no GP Brasil.
Nautilus foi adquirido no leilão da ABCPCC, após o GP São Paulo 2021, pela sociedade de Nicholas Jarussi, Enrico Jarussi, com Rolf Seitz, do Haras Valentin. Uma junção de três entusiastas da atividade, que fomentam a indústria do turfe, com animais correndo em diversos prados do país. A emoção de Enrico Jarussi – que aproveitou a ocasião para pedir sua namorada em casamento (VEJA O VÍDEO, A PARTIR DOS 2min e 25s) -, ajoelhado na raia, chorando copiosamente após a carreira, mostra que a taça do Brasil está em muito boas mãos.
Nilson Lima é um profissional exemplar, admirado e respeitado por seus pares aonde chega. Muito competente na arte de preparar um PSI, Nilson conquista a maior prova de sua carreira de forma espetacular. Ruberlei Viana deu uma direção principesca no ganhador, com um percurso irretocável e muito rigor na hora decisiva.
Jumping Flight e Leviatan, como esperado, saíram na briga pela primeira colocação. Jorel, Cromwell, Olymnpic Kremlin, Online, Osprey, Olympic Justin, Dom Cambay, Sugar Daddy, Roxoterra, Nautilus e Rei do Camarote vinham a seguir. Sem alterações no panorama, Jumping Flight e Leviatan puxavam o train, com Jorel na sequência. Na altura dos 1.300 finais, Olympic Kremlin acelerou o ritmo e Jorel acompanhou o animal do Stud H&R. Leviatan deu por encerrada sua missão enquanto Jumping Flight seguia na ponta. Nessa altura (na grande curva), pela cerca interna, Nautilus era o décimo colocado e Don Cambay o nono.
No momento decisivo da principal carreira do turfe brasileiro, Jumping Flight e Jorel entraram emparelhados. Exigidos por seus pilotos, Online e Olympic Kremlin tentavam descontar sobre os primeiros. Don Cambay ocupava a quinta posição, pela linha um. Na mesma esteira, Nautilus progredia.
Quando Don Cambay foi colocado no meio de pista, Nautilus ficou sem passagem. Mostrando calma e habilidade, Ruberlei conseguiu excelente passagem entre Jorel e Jumping Flight. Com caminho livre, Nautilus decolou. Don Cambay dominou o páreo e deu fila de ganhador. Mas, a vitória de Nautilus estava escrita desde que faltando menos de uma hora para se encerrar o prazo, seu added foi pago. Com um coração enorme e uma velntia digna dos grandes campeões, Nautilus passou por Don Cambay fez história, vencendo a 90ª edição do GP Brasil. Defendendo nova farda (Stud HRN), Don Cambay formou a dupla, em grande performance (o potro criado pelo Haras Cambay também terminou em segundo no GP São Paulo, batido por Roxoterra). Atomic Heights, Sugar Daddy e Rei do Camarote completaram o marcador remunerado.
Nautilus é um 3 anos, filho de Drosselmeyer e Namaste, por Point Given. Na sua sexta vitória, a segunda na esfera nobre – a outra no GP Antenor de Lara Campos (G3) -, a primeira de G1 e logo no GP Brasil, Nautilus percorreu os 2.400 metros, grama macia, em 2min30s81, com parciais de 26s14 (400 metros); 50s95 (800 metros); 1min15s47 (1.200 metros); 1min40s26 (1.600 metros); e 2min05s80 (2.000 metros).
VEJA A GALERIA DE IMAGENS DO GP BRASIL (G1)
por Fernando Lopes – fotos: Sylvio Rondinelli