Grande Prêmio Latinoamericano 2013, por Milton Lodi » Jockey Club Brasileiro - Turfe

Grande Prêmio Latinoamericano 2013, por Milton Lodi

Realizou-se em Santiago, no Chile, mais uma vez o Latino. O palco foi o Hipódromo Chile, em pista de areia, 2.000 metros. Foram dezesseis concorrentes. O Chile, ainda não adota, no que diz respeito aos pesos, o enfoque internacional moderno, qual seja, tabelar os 3 e os 4 e mais anos, apenas duas distribuições de pesos que variam, naturalmente, a cada dois meses, acompanhando a natural evolução física e atlética dos produtos mais novos. É uma tabela variável em função das distâncias dos páreos e das épocas das realizações, mas sempre levando em conta os 3 anos e os 4 e mais anos, só duas faixas de idades. Nesse moderno conceito já se integraram entre outros, o Japão, Hong Kong e todos os turfes civilizados da Europa. O Brasil, naturalmente, já se iniciaram mudanças nesse sentido de se incorporar ao novo enfoque, que é mais racional e justo. Mas o Chile ainda mantém a tradicional distribuição de pesos, diferenciando os animais de 3, de 4, e de 5 e mais anos.

Apenas com dois simples exemplos, no Pellegrini de 2012 o mais velho brasileiro Dídimo correu magnificamente, atropelou forte e, quando insinuava a vitória, esmoreceu nos últimos metros, com isso um brasileiro e um argentino, ambos de 3 anos e bem beneficiados no peso, chegaram respectivamente em 1º e 2º. Outro exemplo foi no G.P. Bento Gonçalvez de 2012, no Cristal, quando Beduíno do Brasil, um bom potro se 3 anos, venceu com enorme facilidade levando 7kg de vantagem. Esses dois exemplos não desmerecem as brilhantes vitórias de Going Somewhere no Pellegrini e de Beduíno do Brasil, no Bento. São muito bons corredores e merecem ganhar, mas as diferenças de pesos em relação aos 4 e mais anos, normalmente, mostraram-se exageradas.

O fato foi mais uma vez comprovado no Latino. Entre os dezesseis concorrentes, representando Brasil, Peru, Chile, Argentina e Uruguai, havia fêmeas e machos, com idades variando de 3 a 6 anos, cada idade com um peso, as fêmeas, naturalmente, levando 2kg de vantagem. O resultado mostrou a realidade. Em 1º uma potranca chilena de 3 anos, com 53 ½ kg. Em 2º o potro brasileiro de 3 anos Energia Eros, com 55 ½ kg. Em 3º um potro argentino de 3 anos com 55 ½ kg. Em 4º e 5º dois cavalos chilenos, com 61 e 60 kilos. Em 6º o brasileiro de 3 anos Beduíno do Brasil, com 55 ½ kg. Quer dizer dos seis primeiros, 4 potros e 2 cavalos de mais idade, e nas demais dez colocações tudo misturado. Cenas como essa se repetem amiúde, há uma grande diferença entre os potros de hoje e dos de outras épocas.

A criação mundial melhorou muito com a tecnologia, os potros são melhores criados. Os 5 anos de antigamente eram iniciantes que só na entrada dos 4 anos estavam se transformando em adultos, mas os 3 anos de hoje amadurecem mais cedo e já são, praticamente, adultos antes dos 3 ½ anos hípicos.

O turfe moderno, civilizado, norteado pela Europa, já mudou e com ele o Brasil também esta mudando, procurando praticar um turfe moderno e mais adequado à modernidade. Na América do Sul, Peru, Chile e Uruguai seguem os ditames da Argentina, que não mudou e há dúvidas quanto a mudar. Enquanto as Américas não acordarem, exceto o Brasil, que já esta fazendo, teremos no mundo dois critérios em relação às distribuições de peso. A mais correta, mais juta, mais adequada, mais moderna na linha europeia, e a tradicional, ultrapassada, injusta praticada na América do Sul pela Argentina e os seguidores Uruguai, Chile e Peru.

Um dos detalhes a ser ressaltado é que o brasileiro Stockholer levou 61kg, foi o único que não brilhou no Latino 2013. Outro aspecto triste foi que no Latino de 2013 se manteve a permissibilidade de medicamentos para correr. O Chile promoveu um bom Latino. Mas à moda antiga, isto é, com inadequadas grandes diferenças de pesos e um programa de vinte páreos, dos quais um em 2.000 metros (o Grande Prêmio), um em 1.900, um em 1.400, um em 1.000 e dezesseis em 1.200 metros e, ainda, com as medicações liberadas.

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