O Jockey Club Brasileiro celebra no domingo, 25 de fevereiro, o turfista Dagoberto Midosi, que faleceu em novembro de 2021, com 104 anos de amor ao Esporte dos Reis.
Uma Prova Especial, em sua quarta edição – na primeira, Dagoberto esteve presente e participou da entrega dos prêmios (CLIQUE AQUI e veja) -, na distância de 1.300 metros, areia, reunindo animais de 3 anos e mais idade, celebrará, em outra oportunidade, uma das figuras mais respeitadas e queridas de todos os tempos no turfe brasileiro.
Seis animais foram anotados na 4ª versão da Prova Especial Dagoberto Midosi. São eles:
Log On (Stud Parati); Que Bianca (Haras Di Cellius); Landline (Haras do Morro); Westbrook (Stud Divina Providência); Pagliaro (Coudelaria Atafona); e Limonetto (Stud Embalagem).
Turfista apaixonado e um profundo conhecedor da história do esporte, Dagoberto Midosi foi também um dos mesa-tenistas mais respeitados do país, tendo participado de várias edições dos Campeonatos Sul-Americanos e Mundiais da modalidade.
Aliás, um Sul-Americano, o de 1952, no Paraguai, foi o responsável por Midosi ter perdido a única edição do GP Brasil entre 1933 a 2021, uma vez que a competição coincidia com a data da festa máxima do turfe nacional e, por isso, somente por isso, ele não viu Gualicho vencer seu primeiro GP Brasil.
Carioca, Dagô, como Midosi também era conhecido, foi atleta do Fluminense – RJ e lá começou a construir sua carreira de sucesso. Após destaque em competição de seu colégio, ainda aos 16 anos, foi convidado a jogar pela Seleção Carioca e começou a mostrar seu talento: o Rio venceu a Seleção de São Paulo pela primeira vez.
A faculdade de Direito fez uma pausa em sua carreira. Já formado, porém, em 1941, encontrou o clube que o projetou, no bairro carioca das Laranjeiras, e pode ajudar a trilhar o caminho do Brasil no tênis de mesa mundial: fez parte da primeira delegação brasileira a disputar um Sul-Americano, em 1947, na Argentina, mas de uma forma um pouco diferente: na época, os mesa-tenistas do Brasil ainda jogavam com raquete de madeira.
Já com o mesmo material dos adversários, com raquete emborrachada, as vitórias não demoraram a aparecer. Em 1949, foi campeão do Sul-Americano, fato que conseguiu repetir no ano seguinte, em 1950. Ainda em 1949, há 70 anos, porém, entrou definitivamente para a história do Brasil: fez parte da primeira delegação do país em um Campeonato Mundial, na Suécia.
Dagoberto Midosi voltou a disputar também as edições de 1952 (Índia), 1953 (Romênia), 1954 (Inglaterra), 1955 (Holanda), 1956 (Japão) e 1957 (Suécia). Já depois de aposentado como atleta profissional, em 1959, voltou à Europa – desta vez, na Alemanha – e conquistou o título do Mundial de Masters, a chamada Copa Jubileu.
O turfe sente a falta de seu maior turfista e os amigos da pessoa maravilhosa que era Dagoberto Midosi.
Homenageá-lo ainda em vida foi um agradecimento que a atividade deu a esse ser humano admirável e maravilhoso.
Obrigado por tanto, Dagô!
texto: Fernando Lopes – fonte de pesquisa: CBTM (Confederação Brasileira de Tênis de Mesa) – fotos: Arquivo JCB e Internet