Na jornada do próximo domingo, 24 de janeiro, o Jockey Club Brasileiro homenageia o tordilho Old Master, com uma Prova Especial em 1.600 metros, na pista de areia, para animais de 3 anos e mais idade. Nove competidores estão alistados, são eles: Academy Rider (Stud Grenoble); Itauba Sarge (Sinval Domingues de Araújo); Cartola (Stud Santa Rosa de Lima); Temperado (Haras São José da Serra); Baran (Stud Escorial); Amplificado (Marlene Fernandes Serrador);Hiper Negro (Stud Daltex); Colmar (Roberto Valdemir Aguiar da Costa); e Bear (Stud Araré).
Old Master era um filho de Sabinus e Ice Queen, nascido em 26.09.1980, sendo o primeiro produto de sua mãe. Colocado à venda, Old Master foi vendido e devolvido por cinco vezes e pelos mais diversos motivos: feio e mal aprumado, selado e filho de Sabinus tordilho, é degenerado. Rejeitado, o tordilho ficou com quem devia – seu criador, o Haras Santa Maria de Araras.
O neto materno do italiano Bonnard estreou na Gávea, em 23 de janeiro de 1983, numa prova para produtos de 2 anos, em 1.000 metros, na grama, chegando em segundo. Quase 30 dias depois, finaliza terceiro em outra prova no quilômetros e, novamente, chega em segundo, agora em 1.200 metros, na areia.
Ainda com 2 anos, o tordilho, em 17 de abril, obtém sua primeira vitória em 1400 metros, na grama leve, confirmando as expectativas de Wilson Pereira Lavor, seu treinador, de que se tratava de um animal com vocação clássica para a grama e distâncias mais alentadas. Em setembro, Old Master ganha seu primeiro laurel nobre: o Clássico Imprensa (L.), prova destinada a produtos de pais nacionais, em 1.600 metros, pista de grama pesada, com grande firmeza, sobre Hibal, Vitalício e Sacripanta.
Em outubro de 1983, Old Master foi derrotado no Grande Criterium de Potros, o GP Linneo de Paula Machado (G1) em 2.000 metros, grama leve, chegando terceiro para Vargedo e Coryntho. Depois, foi ao GP Derby Paulista – G1, 2400 metros, no qual finalizou em quarto para Immensity, Full Love e Quick As Thunder. Ainda em 83, Old Master fez terceiro no GP Antonio Joaquim Peixoto de Castro Jr. (G2), perdendo para os mais velhos, Apollon e El Santarém.
Cinco meses longe das pistas, Old Master foi preparado por Wilson Lavor para as provas da Tríplice Coroa Carioca. Em 1º de abril de 84, voltou às pistas para vencer o GP Estado do Rio de Janeiro (G1), em 1.600 metros em grama leve, a primeira das etapas, no tempo de 1min34s4/10 batendo, entre outros, Coryntho, Juryman, Oak Tree e Hueco. Depois, em maio, conquistou o GP Francisco Eduardo de Paula Machado, a Taça de Ouro (G1), em 2.000 metros, sobre Juryman, Pearson, Quintus Ferus (que chegou de São Paulo, como favorito) e Coryntho.
Em 10 de junho de 1984, Old Master surgiu no GP Cruzeiro do Sul (G1), o Derby carioca, em 2400 metros, como o principal candidato à, então, segunda etapa da nossa tríplice coroa. Correspondendo plenamente às expectativas, bateu adversários como: Full Love, Coryntho, Pearson e Vitalício. Foi um final emocionante quando Full Love surgiu na reta e, em ação avassaladora, quase o alcançou em cima do disco. O Haras Santa Maria de Araras já havia ganho a Taça de Ouro, com Freddy Boy e os 2000 Guineas, com Latino, mas foi com Old Master que triunfou pela primeira vez no Derby. Sua definitiva consagração como “quádruplo coroado” carioca, aconteceu na vitória do GP Jockey Club Brasileiro (G1), em 3.000 metros, sobre Oak Tree (seu companheiro de farda), Hot, Vetorial e Kiosk.
Em seguida, Old Master participou do conturbado GP Basil (G1) daquele ano que terminou com a fácil vitória de Anilité que, em função das estrepolias de seu jóquei sobre certos adversários, como Full Love, Fantaisie e Bretagne, acabou prejudicando-se em primeiro lugar e terminou desclassificado de quarto, lugar onde cruzou o disco, para quinto em favor de Bretagne.
No dia 10 março de 1985, Old Master encerrou de forma espetacular sua campanha nas pistas brasileiras, ganhando o V Clássico Associação Latino-Americana de Jockeys Clubs (G1) (foto), sobre os melhores cavalos do continente. Nos 400 metros finais, o tordilho surgiu entre diversos competidores, atropelando vigorosamente para dominar a prova e ganhar com folga dos chilenos Mendelson e Mayer, da brasileira Bretagne e dos argentinos Reverente e Fayrsal, seguidos por So Glad, Petisero, Compadre, Strong Wood, Maro-Road, Mastuerzo e Blessed Nest.
O resumo da campanha de Old Master é de 20 apresentações, das quais transformou 8 em vitórias (7 clássicas, sendo cinco de G1), 4 segundos (1 clássico), 4 terceiros (3 clássicos), 2 quartos (1 clássico) e 2 quintos (2 clássicos), isto é, nunca descolocando-se. Levado para a reprodução, atuou por quatro temporadas, deixando ganhadores de 61 corridas, entre os quais se destacou Bold Master, ganhador do GP Jockey Club Brasileiro (G1).
Pesquisa – Fernando Lopes com Assessoria da Gerência de Turfe – fotos: Arquivo JCB