Neste próximo sábado, 13 de dezembro, o Jockey Club Brasileiro homenageia através de uma Prova Especial para potrancas de 2 anos, inéditas, a extraordinária Empeñosa. Égua de campanha espetacular nas pistas e uma matriarca fenomenal, que espalhou seu sangue por vários continentes, como iremos ver mais adiante. Antes, as potrancas anotadas para correr o terceiro páreo da jornada de sábado, em 1.000 metros, na pista de grama:
De Vereda (Adriano e Matinatta, por Jules) – Stud Dafama/ Haras Santa Maria de Araras; Tina Sato (Christine’s Outlaw e Blew Candy, por Blew By Em) – Stud Dafama/ Haras Campestre; Pavona (Public Speaker e Magic Sound, por New Colony) – Stud Everest/ Haras Santarém; Depends On Me (Siphon e Nee, por Jules) – Stud Ponteio Rio/ Haras Santa Rita da Serra; Claudia Cardinale (Redattore e Stranded In Paris, por Sky Mesa) – reservada do Stud TNT; e Exotica Girl (Hinton Wells e Kuanaína, por Ás de Lark) – Haras Basano/ Vera Lúcia de Souza Guignoni.
Nascida em 1945 no Haras Argentino, filha de Full Sail (GB) e Ermua (Arg), por Congreve (Arg), uma descendente da fundamental Ante Diem, das grandes éguas do stud-book sul-americano, antes de completar 2 anos, Empeñosa foi comprada em leilão por 44.000 pesos, soma elevada na época, pelos irmãos Roberto e Nelson Grimaldi Seabra. Melhor potranca em 1948, venceu a Polla de Potrancas e o Gran Premio Selección, nos Hipódromos de Palermo e La Plata. Finalizou na segunda colocação em duas oportunidades: para Cruz Montiel (Fox Cub), no Gran Premio Jockey Club, futuro ganhador do Gran Premio Carlos Pellegrini e que trazido para o Brasil pelos mesmos irmãos Seabra, foi segundo no Grande Prêmio Brasil e venceu o Grande Prêmio Doutor Frontin, segunda prova da temporada internacional do JCB (Cruz Montiel era também de criação do Haras Argentino) e para Equinox (British Empire), no Gran Premio San Isidro. Em 1949, veio para o Brasil, onde obteve três vitórias, incluindo, em 1950, os GGPP Major Suckow, em record, e José Carlos de Figueiredo, este na época a milha internacional de nossa programação. Preparando-se para correr o GP Brasil (que acabou vencido por sua companheira de criação e de cores, a lendária Tirolesa), sentiu fortemente em um trabalho e foi retirada das pistas por seus proprietários.
Com 10 primeiros, três segundos e um terceiro, em 15 apresentações, Empeñosa foi levada à Argentina por seus donos a fim de ser servida por Foxhunter (Foxlaw), do Haras La Pomme, de Roger Guthman. Voltou para o Brasil, dando luz a EMPENHO, em 1952. Também são seus filhos: EMPIRE (Royal Forest), 1953, ganhador do Prêmio Raphael de Barros Filho; EMOCIÓN (Orsenigo), 1955, vencedora dos GGPP Diana, na Gávea e em Cidade Jardim ; EMPYREU (Coaraze-Fr), 1957, segundo no GP Derby Paulista e terceiro no GP Derby Sulamericano, e pai de produtos clássicos; EMERSON (foto), 1958, irmão próprio de Empyreu, invicto em cinco apresentações, ganhador dos Derbies carioca e paulista, do Derby Sul-Americano, além do Clássico América e após exportado para a França, comprado por um sindicato encabeçado pelo Barão Guy de Rothschild. Lá, além de ter levantado a estatística de reprodutores, entre outros, produziu Rescousse (Bella Mourne, por Mourne), segunda colocada no Prix de l´Arc de Triomphe e ganhadora do Prix de Diane, do Prix de La Nonette e do Prix Penelope. A grande Empeñosa ainda produziu EMERY, 1960, também por Coaraze, reprodutor e EMPERADOR (Cobalt), 1961, igualmente reprodutor no Brasil.
Voltando a sua filha EMOCION, ela, levada para a França a fim de ser coberta, produziu aqui EMBUCHE (Le Haar), vencedora dos GPs Diana, José Guathemozin Nogueira, Jockey Club Brasileiro, o St. Leger carioca de então, OSAF e Marciano de Aguiar Moreira, respectivamente o São Paulo e o Brasil das éguas, depois vendida por altíssima soma como reprodutora para os Estados Unidos. Duas de suas filhas, com campanhas pouco expressivas, são responsáveis pela continuidade de sua fantástica linhagem: EMBUIA (Sunny Boy), outro produto de Emocion após ser coberta na França, mãe da extraordinária Emerald Hill (foto) (Locris), invicta através de nove apresentações, Tríplice Coroada paulista, vencedora da Taça de Prata, do GP Barão de Piracicaba (G1), do GP Diana (G1), do GP José Guathemozin Nogueira (G1), em São Paulo, e do GPs Henrique Possolo (G1), Diana (G1) e Taça de Ouro (G1), na Gávea; e EMOTIVE (Tang), exportada cheia para a Argentina, e que tem como descendentes EMOCIONES (Con Brio), ganhadora do Gran Premio Ciudad de Buenos Aires (G1), e Histeria-Arg, irmã própria de Emociones e segunda mãe de Latency, ganhador, entre outras prova dos GPs Carlos Pellegrini (G1) e Latinoamericano (G1), de 2006, realizado em Maroñas. Emotive é também terceira mãe de Emotion Parade (Parade Marshall e Cronaxia, por Good Bloke), vencedora dos GGPPs Polla de Potrancas (G1), Selección (G1) e Enrique Acebal (G1).
Égua de campanha fenomenal, Emerald Hill com Tumble Lark produziu Key Of Hill que no cruzamento com Purple Mountain fez Verdadeira, mãe da Tríplice Coroada paulista Colina Verde (Know Heights). De criação do Haras Santa Camila, Colina Verde levantou os GGPPs Barão de Piracicaba (G1), Henrique de Toledo Lara (G1) e Diana (G1), todos em 2006 para tornar-se a última Tríplice Coroada do turfe paulista, como a sua extraordinária segunda avó.
Da Redação com assessoria da Gerência de Turfe
Fotos: João Cotta e Internet