Ganhador do GP Brasil (G1) 2010 e atual bicampeão da estatística de jóqueis da Gávea, Dalto Duarte é o convidado especial da coluna de entrevistas do site do Jockey Club Brasileiro, Papo de Turfe.
Como entrou para o mundo do turfe?
DD: Através do meu tio, Luiz Duarte que, sem dúvida, foi meu grande incentivador. Deixei minha cidade, Brasília, vim para o Rio de Janeiro e passei seis meses aprendendo com ele no Centro de Treinamento Verde Preto. Tentei entrar na escola de aprendizes do Jockey Club do Paraná, mas não certo, pois ainda não havia completado os 16 anos (idade necessária para entrar no seguro obrigatório para um aluno na escola de jóqueis). Voltei para o Rio junto com o meu tio, que na época havia se radicado novamente no turfe carioca, então, fiquei mais seis meses aprendendo no CT Cuiabá e consegui uma vaga na escola da Gávea.
O que ser um profissional do turfe representa para você?
DD: Tudo, a realização de um sonho. No começo, muitos diziam que eu não iria conseguir, que sofreria muito com o peso, para eu nem ao menos tentar. E hoje consigo provar o meu valor a cada páreo.
Quais são melhores cavalos/éguas que já viu correr?
DD: Mesmo que assistindo pela TV, dois animais me impressionaram bastante em suas conquistas: Glória de Campeão e Zenyatta. E nesse clima de Tríplice Coroa, não ter como não citar o Plenty Of Kicks e a Old Tune, que são animais incríveis.
Cavalo/égua mais bonito que já viu?
DD: Os mais bonitos que já vi são Olympic Message e Olympic Better que, graças ao meu contrato com o Haras Regina, tive a oportunidade de montar.
Melhor animal que já montou?
DD: Moryba, Olympic Message e Celtic Princess, que talvez tenha sido a melhor.
Em quais jóqueis você se espelha?
DD: No meu tio, Luiz Duarte. Além de ser um excelente jóquei, que me ajudou muito e me ensinou tudo o que sei, também é uma pessoa fantástica.
Quais os melhores treinadores em sua opinião?
DD: Tenho a oportunidade de trabalhar com ótimos treinadores, dos mais próximos, não tem como não citar o Guignoni, o Venâncio Nahid, o Beto Solanés e o Sampaio que, além de tudo, são grandes amigos.
Seu momento inesquecível no turfe?
DD: Quando venci a minha primeira estatística. No último mês sofri uma fissura e rompi os ligamentos do tornozelo direito. Procurei vários médicos especialistas e todos me recomendaram parar de montar para me recuperar. Então conheci o Dr. Amorin, titular do Stud Vert-Blanc-Rouge, ao qual sou bastante grato. Ele me ajudou bastante e consegui seguir montando até a última reunião da temporada. Foi um momento difícil, pois não podia trabalhar os cavalos e nem correr. Ficava a semana toda com uma bota imobilizadora e manter o peso foi muito difícil. Mas, felizmente, deu tudo certo e consegui levar a estatística de jóqueis 2009/2010.
Algum prova marcante?
DD: O Grande Prêmio Brasil (G1) que venci com o Moryba, do Stud Correas. Não tem como descrever a sensação de vencer uma prova como esta. O hipódromo cheio, o publico aplaudindo, naquele dia, tudo foi perfeito. Outra carreira que me marcou foi a vitória na Milha Internacional com o Olympic Election.
Qual foi sua maior tristeza como jóquei?
DD: A Milha Internacional que perdi para o Jet, em recorde, com a Celtic Princess. Passei um mês tirando peso para montá-la com os 52 quilos e a derrota foi muito dolorosa.
Qual páreo falta vencer?
DD: Faltam alguns, mas só pensarei em outros quando conseguir vencer o Grande Prêmio São Paulo (G1).
Qual é a sua meta profissional?
DD: Tenho o sonho de montar fora do país. Conhecer outros hipódromos, outras culturas, países onde o turfe é mais valorizado.
O que diria para um aluno/aprendiz que está começando?
DD: Primeiro, só insistir na profissão se gostar muito. Se realmente quiser ser jóquei tem que batalhar, trabalhar todos os dias, para todos os treinadores, enfim, ser determinado.
Por Celson Afonso
Foto: Gerson Martins e João Cotta
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