As Vilas Hípicas serão revitalizadas » Jockey Club Brasileiro - Turfe

As Vilas Hípicas serão revitalizadas

Muito se tem comentado e escrito sobre as vilas hípicas do Jockey Club Brasileiro nos últimos anos.

Chegou a hora de dar solução aos seus problemas, além de sentido a algo que é fundamental à existência de um clube de corridas como o JCB, pondo termo ao estado de abandono e degradação em que elas hoje se encontram.

Assim sendo, a diretoria do Jockey Club Brasileiro realizou, no último mês de outubro, diversas vistorias em todos os 102 conjuntos de cocheiras que a compõem, através de uma Comissão formada pelo presidente da Comissão de Corridas, Dr. Luiz Fernando Alencar; pelo Superintendente do hipódromo, Dr Antonio Fleury; pela direção do Hospital Octavio Dupont, a cargo da Dra. Juliana Braga Vieira; além dos responsáveis pela segurança do local, e demais profissionais da administração do clube.

Um relatório circunstanciado a respeito foi apresentado e aprovado pelo Conselho de Administração do JCB, na sessão do dia 30 de outubro de 2012. Abaixo, para conhecimento de todos os interessados, dos sócios do clube, e do público turfista em geral, encontram-se as principais conclusões e recomendações do citado relatório. Como se segue:

Itens vistoriados

Foram vistoriados os seguintes itens em cada um dos conjuntos acima mencionados: o atual estado de conservação do patrimônio do JCB; as condições veterinárias do local; o tratamento dispensado ao pessoal que nele trabalha (leia-se, cavalariços e pessoal de apoio); e verificado o cadastro de todos os animais ali estabulados.

Dos 102 conjuntos, perfazendo um total de 1.974 baias (ou boxes), 17 deles se encontravam em excelente estado de conservação; 42 podem ser considerados em bom estado; 22 em estado apenas regular; 6 em estado ruim, e 15 deles em péssimo estado.

Entretanto, o que mais chamou a atenção da equipe – além das portas de boxes quebradas, da pintura em mal estado de conservação, dos riscos iminentes de colapso da parte elétrica (com as graves consequências daí decorrentes), das irregularidades no piso, das várias infiltrações, da falta de limpeza, de telhados em situação precária (com vazamentos e goteiras), de muros com várias trincas, entulhos acumulados de toda a espécie, necessidade de poda das árvores, etc. etc. -, o que mais agride a qualquer um, repita-se, é o estado sub-humano de certos alojamentos destinados ao pessoal que ali trabalha.

Veterinária

Na parte veterinária, foram vistoriados: (a) os quartos de ração, (b) o interior dos boxes, e (c) os espaços destinados às farmácias de primeiros socorros, tendo sido encontrados vários casos de armazenamento irregular de ração; descarte descuidado de material altamente infectante (como seringas usadas, por exemplo); desorganização; problemas graves com a limpeza regular dos cochos; teias de aranha na maioria dos tetos dos boxes (indicando que não são limpos há muito tempo); além da presença de animais domésticos que transitam livremente pelos locais.

Providências necessárias

I

Diante deste cenário, a diretoria do JCB já está colocando em prática algumas ações, como sejam: a reforma das calçadas interiores; pintura dos muros; poda das árvores; melhor sinalização e iluminação das ruas internas; reforço na coleta de lixo do local (com a colocação de caçambas e o gerenciamento dos resíduos); aumento efetivo do pessoal de limpeza; idem, do pessoal responsável pela segurança.

E o que parece prioritário, um melhor controle do acesso às vilas hípicas da Gávea.

Nesta mesma direção, os comodatários de cocheiras serão convocados para análise, caso a caso, das condições de seus respectivos conjuntos.

II

Ainda, sob o aspecto das melhorias e recuperação das vilas hípicas, novas medidas se fazem necessárias, tais como: a reforma do redondel e do embarcadouro dos animais; a recuperação da arquibancada dos profissionais que comparecem aos trabalhos matinais; a recuperação do piso do chamado “caminho do prado”; melhor conservação da piscina destinada aos exercícios dos animais; além da instalação de equipamentos de controle da velocidade de veículos que transitam pelo local.

Outra medida, esta considerada tão importante quanto, é a integração dos atuais Centros de Treinamento privados ao sistema gerencial do SISTURFE. Além, é claro, da realização dos exames de anemia infecciosa equina, e do mormo, diretamente pelo Hospital Octavio Dupont.

III

Entretanto, para que todo este esforço não se perca e as vilas hípicas mantenham um padrão mínimo de manutenção, é vital que visitas periódicas à suas instalações sejam realizadas para verificação de suas condições sanitárias. E serão.

Como também é vital que o cadastramento das pessoas que por ali transitam, ou ali moram, alguns sem nenhuma correlação direta com a atividade do turfe, seja realizado e periodicamente renovado.

De todo este conjunto de providências, e principalmente do resultado das vistorias acima mencionadas, dependerá, doravante, não só a renovação dos contratos de comodato das cocheiras, mas igualmente a renovação anual das matrículas dos profissionais por elas responsáveis.

Uma palavra final

Como afirmado inicialmente, é fundamental ao Jockey Club Brasileiro recuperar e manter suas centenárias vilas hípicas, o que significa, em última instância, zelar pela integridade do patrimônio do clube.

Todas as obras de recuperação do local serão realizadas pela diretoria do clube. Não há dúvida quanto a isso.

A partir daí, porém, uma nova forma e um novo modelo de gerenciar e preservar a integridade das vilas hípicas será implantado – sem que daí decorra nenhum tipo de agressão aos direitos e à dignidade daqueles que hoje habitam o local.

As vilas hípicas, não custa repetir, constituem um insubstituível patrimônio do JCB – e sua única finalidade é a de acolher os animais que contribuem para a formação do programa semanal de corridas -, garantindo os milhares de empregos daqueles que dependem da atividade turfística para sobreviver.

É somente dessa forma, que elas terão que ser vistas e tratadas daqui para frente.

Jockey Club Brasileiro

Diretoria

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