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PAPO DE TURFE – Gonçalo Reis Torrealba

Filho do titular do Stud TNT e integrante da nova geração de turfistas, Gonçalo Reis Torrealba é o convidado especial desta semana na coluna de entrevista do site do Jockey Club Brasileiro, Papo de Turfe.

Como o turfe entrou em sua vida?
GT: O turfe entrou na minha vida de uma forma muito natural e sem a necessidade de nenhum esforço da parte do meu pai. Desde mais novo eu era fascinado pelos cavalos e pela disputa, no dia em que eu fui ao Jockey pela primeira vez foi amor à primeira vista!
O que as corridas de cavalos representam para você?
GT: Elas são o retorno de um árduo processo que começa com a escolha do garanhão e acaba no disco.
Quais são melhores cavalos/éguas que já viu correr?
GT: Cavalo, sem duvida, foi o Much Better, eu só lamento não ter presenciado o ano de 1994 em que ele ganhou todos os páreos de maior importância no Brasil e na América Latina, GGPPs São Paulo (G1), Brasil (G1), Carlos Pellegrini (G1) e Asociación Latinoamericana de Jockeys Clubs e Hipodromos (G1). Éguas foram Zenyatta e Goldikova, que levavam multidões aos hipódromos para vê-las correndo.
Cavalo/égua mais bonito que já viu?
GT: É difícil responder qual animal é mais bonito. A New Regina é uma das éguas mais bonitas que já vi. Das que estão em campanha, eu acho a Old Tune uma égua linda. Entre os machos, gosto muito do Out Of Control e do Elusive Quality.
Melhor animal de sua propriedade e/ou criação?
GT: Dos animais de criação, as éguas são Cara Rafaela, New Regina, Lots Of Hope, Cara Regina, Una Cabeça, Innocent Kiss (primeiro G1 de criação e propriedade). Dos machos são: Macbeth, Out Of Control, Molengão, Sal Grosso, Evil Knievel Lundy’s Liability e License To Run.
De propriedade, Much Better e Leroidesanimaux (os dois melhores em minha opinião).
Quais jóqueis fazem a diferença?
GT: O Ricardinho de fato é uma verdadeira máquina de montar cavalos. Acredito que todos os aprendizes e jóqueis mais novos que possuem o sonho de montar cavalos com sucesso devem se inspirar no Ricardinho. No amor que ele tem pelo que faz e no seu profissionalismo, que são coisas que vem da vontade do profissional. Mas o Ricardo tem um diferencial, acho que ele tem em seu sangue a magia da vitória. Porém o turfe brasileiro está bem servido de jóqueis. Marcelo Cardoso, que atualmente monta nossos cavalos, Marcos Mazini, Vagner Leal, Francisco Leandro, Vagner Borges, Dalto Duarte, entre outros, são ótimos pilotos.
Quais os melhores treinadores em sua opinião?
GT: O Venâncio Nahid que, se não for o melhor, é um dos melhores. Ele passa muita segurança ao proprietário e seus cavalos estão sempre muito bem apresentados. Acho o Roberto Solanés um ótimo treinador, assim como o Guignoni, Sampaio, Paulo Henrique Lobo e o Feltran.
Melhores garanhões da atualidade no turfe nacional?
GT: Wild Event, Vettori e Public Purse. E entre as “promessas”, eu diria que, pelos potrinhos que estão saindo um mais bonito que o outro, o Out Of Control.
Melhores garanhões da história do turfe brasileiro?
GT: Do tempo que acompanho o turfe mais de perto, Royal Academy e Trempolino.
Seu momento inesquecível no turfe?
GT: Quando Venâncio Nahid estava comigo na véspera do GP São Paulo de 2005, lembro bem do dia, 25/05, ele disse que o meu presente de aniversário seria a vitória do Macbeth. E, no dia seguinte, no paddock, o Ricardinho me falou: “Gonçalo, vou ganhar esse São Paulo para você de aniversario!” E eles ganharam! Isso me deixou muito feliz e vou levar isso comigo a vida toda.
Algum páreo marcante?
GT: O páreo mais impressionante que eu já vi, foi o vídeo do Much Better vencendo o Latino com a narração do querido e amado por todos Ernani Pires Ferreira. Fiquei muito triste com a notícia de seu falecimento e o que posso desejar é que ele descanse em paz. Era um profissional incrível, que me emocionou por diversas vezes com suas narrações empolgantes. Nesse vídeo do Latino, quando ele disse, nitidamente emocionado: “E o Much Better tomou a ponta de galope, é o muchbetterrrr, é o brasileirinho, o cavalo do ano, é o cavalo de ferro!!!” Foi bonito de mais.
Qual foi sua maior tristeza com cavalos?
GT: Quando eu recebi a notícia que o Macbeth tinha pisado em falso e teve de ser sacrificado.
O que espera do turfe brasileiro nos próximos anos?
GT: Que os turfistas voltem a lotar os hipódromos. E que o turfe volte a ter o glamour e os cavalos voltem a ter a importância de antigamente.
O que você diria para um novo proprietário que está começando a investir em cavalos de corrida?
GT: Que se deixe levar pela paixão e pela emoção. Porque o turfe, além de dar o prazer das vitórias, traz boas amizades e lições importantes para a vida de qualquer pessoa.

Por Celson Afonso – Fotos: Internet e Arquivo Pessoal

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