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Lá vem o Juvenal!

Neste domingo, 12 de agosto, o Jockey Club Brasileiro homenageia através de uma Prova Especial, o jóquei Juvenal Machado da Silva. Reunindo competidores de 3 anos, todos inéditos, em 1.000 metros, na pista de grama, o campo será assim formado, pela ordem do balizamento: Hitiro (Stud Absolut); Iyad (Haras Maluga); Atlas Mundi (Igor C. Parente); Damas Long Island (Stud Winchester 45); Abridor (Stud São Bentinho); Desejado Duda (Stud Alvarenga); Gran Lorenzo (Fernando Alvim Menezes de Carvalho); e Guta (Ildefonso Felipe de Oliveira Souza).

Um dos melhores e mais talentosos bridões de todos os tempos, dono de uma tocada com a canhota que poucos conseguem chegar perto, Juvenal Machado da Silva mesmo depois de aposentado ainda possui uma legião enorme de fãs. Todos admiradores desse alagoano de 58 anos, que chegou ao JCB aos 16 anos para ingressar na Escola de Profissionais do Turfe em 1971 e conquistou a sua primeira vitória justamente no dia do seu aniversário, 15 de novembro, no dorso de Eringa.

Hexacampeão da estatística de jóqueis, de 1976 a 1981, dono de mais 4000 vitórias, somente no Hipódromo da Gávea, Juvenal perdeu o hepta para Jorge Ricardo em 82 e depois o atual recordista mundial de vitórias venceu-a por 27 vezes consecutivas. Aliás, essa “rivalidade” movimentou a mídia durante anos e os dois campeões a alimentavam sempre com o enorme respeito que norteou a amizade de dois dos maiores profissionais que o mundo do turfe conheceu. Um exemplo clássico desse respeito se deu quando Ricardo venceu seu 1º GP Brasil (G1), em 1992, com Falcon Jet (Ghadeer) sobre Flying Finn (Clackson). Muitos queriam que Juvenal reclamasse e o alagoano subiu à sala da Comissão de Corridas e disse: “O garoto não fez nada, o cavalo dele tinha mais ação e a vitória foi justa”, numa demonstração clara do caráter do popular Nanau.

Maior ganhador da história do GP Brasil, com cinco vitórias, Juvenal levou o primeiro em 1979, com Aporé (Egoismo), do Haras São José & Expedictus; o segundo em 1982, com Gourmet (Negroni), do Haras Ipiranga; o terceiro em 1986, com Grimaldi (Executioner), de Delmar Biazolli Martins; o quarto em 1987, com Bowling (Crying To Run) (filme ao lado), do Haras Santa Ana do Rio Grande; e finalmente o quinto em 1990, com Flying Finn (Clackson), do Stud Numy.

Juvenal venceu também o Grande Prêmio São Paulo (G1) de 1987 no dorso de Grimaldi. Após ter conquistado praticamente todas as maiores provas do turfe nacional, Juvenal levou Super Power (Roi Normand), de criação do Haras Santa Ana do Rio Grande e propriedade do Stud Rio Aventura, à conquista da Tríplice Coroa, após os triunfos nos GGPPs Estado do Rio Janeiro (G1), Francisco Eduardo de Paula Machado (G1) e Cruzeiro do Sul (G1) (filme à esquerda), no ano de 2000. Em 2002, vencido pelos inúmeros problemas físicos, Juvenal pendurou o chicote e voltou para sua Delmiro Gouveia para cuidar da sua fazenda e de seu gado.

O sempre bem humorado e rubro-negro doente, quem não se lembra da famosa história de que levava o rádio de pilha para o alinhamento, para ficar por dentro das peripécias de Zico e Cia. nos gramados do Brasil. Juvenal não monta mais, mas neste domingo o bordão do saudoso Ernani Pires Ferreira vai ecoar ainda mais na mente dos turfistas: “Lá vem o Juvenal”.

por Fernando Lopes – fotos: internet

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