E o Mariozinho Moglia se foi… » Jockey Club Brasileiro - Turfe

E o Mariozinho Moglia se foi…

Uma tristeza enorme cobriu o mundo do turfe. De Bagé, veio a notícia do falecimento de Mario Belmonte Moglia, o queridissimo Mariozinho Moglia de tantos amigos, o queridissimo Mariozinho  Moglia, do Haras Fronteira, o queridíssimo Mariozinho Moglia que, como poucos, podiam ser chamados realmente de um homem do cavalo.

Foi ele no anos 70 o grande host bageense para a invasão, inicialmente, carioca pelos pampas para lá se criar PSI. Foi ele, com a sua maravilhosa conversa, as suas histórias e o seu famoso sorriso, o homem apaixonado por seu Heathen, um semental que lhe deu tantas alegrias (e ao turfe brasileiro também), que recebeu, e tanto ajudou, em todos os sentidos, as fixações de haras como o Sideral, de José Mariano Camargo Raggio (depois Inshalla e hoje o Doce Vale), como a Fazenda Mondesir, de Totão e Poleca Peixoto de Castro, como o Haras Santa Ana do Rio Grande, de José Carlos Fragoso Pires.

Depois foram (e continuam indo) outros, o Haras Bagé do Sul, o Haras Santa Maria de Araras ,o Haras Pemale do Sul, o Haras Old Friends, o Haras Anderson, a Fazenda e Haras Castelo, de seu grande amigo Pedro Artmann, Stud TNT, o Haras Nacional…criadores como o Haras São José do Bom Retiro,  o Stud Capitão, o Stud Eternamente Rio, o Stud Quintella, as éguas dos Haras São José e Expedictus, o Stud São Francisco da Serra, o Haras Regina,  agora o Stud Rio Dois Irmãos…E ele sempre lá, como um host exemplar, um ponto de referência importantíssimo.

Mas este ponto fisicamente partiu. Mas a sua referência ficará para sempre. Bagé, como centro criatório tão importante, o de maior importância no Brasil há quarenta anos, não existiria sem Mariozinho. E não existirá nunca sem ele.

O Jockey Club Brasileiro está de luto como todo o turfe brasileiro. As bandeiras do Hipódromo ficarão a meio pau. Um minuto de silêncio será obedecido por todos nesta triste noite de segunda-feira, dia 28 de maio de 2012. E lembra uma poesia de Alberto Caieiro, um dos heterônimos do genial Fernando Pessoa, “Se Depois de Eu Morrer, Quiserem Escrever A Minha Biografia”:

Se depois de eu morrer, quiserem escrever a minha biografia,
Não há nada mais simples
Tem só duas datas — a da minha nascença e a da minha morte.
Entre uma e outra cousa todos os dias são meus.

Sou fácil de definir.
Vi como um danado.
Amei as cousas sem sentimentalidade nenhuma.
Nunca tive um desejo que não pudesse realizar, porque nunca ceguei.
Mesmo ouvir nunca foi para mim senão um acompanhamento de ver.
Compreendi que as cousas são reais e todas diferentes umas das outras;
Compreendi isto com os olhos, nunca com o pensamento.
Compreender isto com o pensamento seria achá-las todas iguais.

Um dia deu-me o sono como a qualquer criança.
Fechei os olhos e dormi.
Além disso, fui o único poeta da Natureza.

Da Gerência de Turfe

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