“Invictus Maximus”, o gladiador do tetra
O destaque do último fim de semana foi o meeting do GP São Paulo, que teve como palco o Hipódromo de Cidade Jardim. Foram provas sensacionais, com finais eletrizantes que empolgaram o público presente e a todos que assistiram as carreiras. Na maior atração, em 2.400 metros, grama macia, uma vitória espetacular de Invictus, dominando por pequena diferença o excelente Veraneio, que com sua imensa categoria, superou inúmeros problemas e correu demais. O ganhador contou com direção enérgica e precisa de José Aparecido, o mesmo do campeão Mr.Nedawi. Emocionado, afirmou que monta há 19 anos no turfe paulista e este foi seu primeiro GP São Paulo. O ganhador, de criação e propriedade de Beverly Hills Stud, de Alessandro Arcangeli, marcou a quarta conquista de Venâncio Nahid na maior prova bandeirante. Neném já venceu os principais GPS do calendário nacional e é um craque na profissão. Recente responsável pela tríplice coroada Old Tune, o treinador mais uma vez mostrou sua categoria. Foi a quinta vitória consecutiva de um corredor do turfe carioca na importante carreira. Há alguns anos, os paulistas venciam quase tudo no Rio e a Gávea era chamada de “Recreio dos Bandeirantes”. Acredito que agora, Cidade Jardim seja a “Praia dos Cariocas”. Apenas uma brincadeira, sem qualquer conotação de bairrismo.
Na milha, um “trovão olímpico”
Um aperitivo de luxo para a maior atração da tarde, o tradicional GP Presidente da República marcou a vitória espetacular de Olympic Thunder, com direção mais que fantástica de Carlos Geovani Lavor. Preciso em todo percurso, o piloto dominou a prova na hora certa e conseguir resistir a inúmeros ataques nos momentos decisivos. O ganhador, da tradicional farda do Haras Regina, de Sérgio Coutinho Nogueira, com certeza carimbou o passaporte do presidente da ABCPCC para Londres. Na apresentação do vencedor, o excelente Roberto Solanes, que acrescenta mais um Grupo I ao seu cartel vitorioso. Apesar de muito jovem, já tem no currículo um GP Brasil e agora a milha internacional paulista. Preparado no CT Verde e Preto, Olympic Thunder foi mais um “carioca” a brilhar na grande festa em São Paulo. A torcida foi grande por aqui.
Domingos fez a festa no sábado
A festa paulista começou na tarde de sábado com a realização de dois tradicionais GPs de Grupo I. E o dono da “cocada preta” foi o excepcional jóquei Altair Domingos, o “Nico”, que venceu as duas competições. Na primeira não teve trabalho, mas na segunda deu uma direção de mestre, conseguindo amansar uma égua voluntariosa e de difícil direção. No GP ABCPCC, o quilômetro internacional, o fantástico Berlino Di Tiger, melhor velocista do turfe nacional, simplesmente largou e acabou não dando a menor chance aos adversários. A crina rastafari balançou solta da saída à chegada. Já no GP Osaf, mais uma vez brilhou a estrela de Venâncio Nahid e, como disse no início do texto, a categoria de Altair Domingos. I Scream venceu de forma sensacional, com direção magistral. A corredora, de criação e propriedade do Haras Doce Vale, de Alfredo Grumser, conquistou a vitória mais importante da carreira e parece ter mesmo encontrado o jóquei ideal. A festa paulista começou bem na sabatina.
Frases que merecem ser lidas
Neste espaço matungo-cultural, mais uma frase que merece destaque:
“Um homem é um sucesso se pula da cama pela manhã, vai dormir à noite e, nesse meio tempo, faz o que gosta.” (Bob Dylan)
Rapidinhas
* Começo parabenizando a toda equipe da TV Jockey de São Paulo pela excelente cobertura da festa do último fim de semana. Trabalho irretocável.
* Na Gávea tivemos apenas páreos comuns e um dos destaques da semana foi o jóquei Jean Pierre, que aproveitou bem as oportunidades e venceu bonitas carreiras. Tem que montar mais pois é bom piloto.
* Marcelle Martins teve pequeno acidente na segunda-feira, mas nada de grave. Deve se recuperar até o fim de semana. A gente torce para isso.
* Cavalo manco sempre há um jeito de “empapelar”. Se é matungo, um dia o páreo enfraquece e acaba vencendo. Agora, cavalo são que trabalha bem e não confirma, deixa qualquer um maluco. Perdi a paciência e dei de presente o Funk American. Mas tem reforço chegando.
* Fim de semana carioca promete com páreos cheios. Formadas 43 provas e mais uma etapa da copa de potros e potrancas. Tomara que o tempo firme e voltem as carreiras na pista de grama.
* Nada mais irritante do que obra onde a gente mora. Há três semanas acho que estão demolindo um apartamento abaixo do meu. Só pode ser pois o quebra-quebra não cessa, Dá nos nervos.
* Começou o Campeonato Brasileiro e qual foi o único time carioca que não venceu? Haja paciência.
O MATUNGÃO VIBROU
Na última sexta-feira, comentando sobre o jovem treinador Cristiano Oliveira, falei ao comentarista André Cunha sobre minha amizade com o pai do treinador, Adail Oliveira, que vencera duas carreiras com o animal Cassius, de minha propriedade. E, de imediato, me veio a memória o GP São Paulo de 1977, que assisti na cabine de transmissões de Cidade Jardim, ao lado do consagrado Nilsão Genovesi e foi vencido pelo uruguaio Mogambo, montado por Adail. Anos depois, como editor do jornal O Povo, tive a ousadia de colocar em manchete com foto e tudo, a tordilha Anilité, à época pouco visada. Mais uma vitória do Adail para o Haras Santa Ana do Rio Grande, desta vez no GP Brasil. Podem até chamar de “Varandão da Saudade”, mas lembranças assim emocionam e me fazem vibrar.
O MATUNGÃO VIBROU (II)
Se é que ele precise mais de algum elogio, mas quero registrar a fantástica narração de Roberto Casella no GP São Paulo 2012. Consagrado e, reconhecidamente, o melhor locutor brasileiro da atualidade, Casella consegue dar emoção vibrante até mesmo em páreo comum. No domingo, assistindo pela televisão, vibrei com a prova e, principalmente, com a narração. Casella é um espelho para todos nós, além de um ser humano de caráter. É uma profissão difícil onde a gente não tem o direito de errar. Tudo que envolve dinheiro é complicado e o apostador não permite equívocos. Somos humanos e podemos errar, mas nesta profissão o mínimo erro é condenação imediata. Parabéns ao palmeirense, ídolo de todos nós, por mais este show…Chega!
Transcrito do blog O Matungão
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