Oficiosamente “tríplice coroada” e invicta de La Plata, a potranca argentina Life For Sale (foto), uma Not For Sale e Doubt Fire, por Ski Champ, criação de Paulo César Peixoto de Castro Palhares (Fazenda Mondesir), campeã, entre outras provas dos Gran Premos Provincia de Buenos Aires (G1) e Selección de La Plata (G1) e do Clasico Polla de Potrancas (G2), todos no El Bosque, como é conhecido o campo de corridas de La Plata, conta muito bem uma importante parte da história da criação Peixoto de Castro, desde os tempos do velho Dr. Peixoto (Antonio Joaquim Peixoto de Castro Jr.) até os atuais, de seus netos e de seu bisneto, PC Palhares.
Afinal, tudo começou com a importação de Roussette, uma Bois Roussel e Clairvoayante, por Clarissimus, no final dos anos 40 para servir em Lorena, cheia de Blue Peter quando deu o semiclássico Pando (1.800m do Prêmio Seis de Março), e que vem ser a quinta avó da brilhante potranca que encanta os argentinos.
Notável reprodutora, produziu dois craques e uma égua clássica e com descendência nobre.
Os craques foram Vândalo (Prosper), um dos melhores corredores daquele élévage, formando com Narvik (Antonym e Ciccê, por Denbigh, do Haras Faxina) e Dulce (Royal Forest e Duty, por Embrujo), do Haras Guanabara e defensora das cores do Stud Seabra, o trio máximo da grande geração brasileira estreada em 1957 e nascida em 1954. Entre seus grandes feitos, Vândalo, envergando as cores branco e estrelas azuis de Dona Zélia Gonzaga Peixoto de Castro, fez sua a milha e meia do GP Derby Paulista, de 1957, exatamente para cima de Dulce e Narvik.
Seu irmão materno (também companheiro de cores) foi Xaveco (Sayani), tão belo nas pistas quanto no haras. Nas pistas, da mesma geração extraordinária, entre outros, de Escorial (Orsenigo e Escoa, por British Empire), do Haras Guanabara e Stud Seabra, como Lohengrin (Orsenigo e Loretta, por HUnter’s Moon), de Gaudeamus (Violoncelle e Gambia, por Maranta), criação do Haras São Bernardo e do Stud Barão e Baronesa Von Leithner, e Estensoro (Estoc e Perfidia, por Jock), do Haras do Arado, levantou, por exemplo, o St. Leger paulista, GP Consagração, em 3.000m, o GP Derby Club, na Gávea e em 4.000m, além de seu segundo para Gaudeamus no GP Derby Paulista e seus dois terceiros no GP Brasil, vencidos por Narvik e Farwell.
Na reprodução, pode ser considerado dos grandes sementais que o Brasil forneceu. De seu belo stud-record, podemos destacar, entre outros, a craque Elamiur (GGPP Cruzeiro do Sul e Diana, na Gávea), Kopà (GP Estado do Rio de Janeiro, G1, terceiro nos GGGGPPP Ipiranga, G1, Derby Paulista, G1, e Consagração, G1), Mais que Nada (GP Diana, G1, em Cidade Jardim, terceira no GGPP Henrique Possollo, G1, e Barão de Piracicaba, G1), Maverick (terceiro no GP Carlos Pellegrini, em San Isidro, no ano da craque Rafale), Usuki (GP Presidente da República),Yasha (GGPP Henrique Possolo e José Guatemozin Nogueira) e Envaidecida (GP Luiz Nazareno de Assumpção Neto, G2, primeiro comparação de éguas de Cidade Jardim, segunda no GP Diana, G1, e terceira no GP José Guatemozin Nogueira, G1, vencidos pela tríplice coroada invicta Emerald Hill, uma Locris e Embuia, por Sunny Boy, criação do Haras Guanabara e propriedade do Haras Rosa do Sul).
Chegamos à égua de nível clássico nas pistas e irmã própria de Xaveco, Zarca (também defensora do Stud Zélia Gonzaga Peixoto de Castro), exatamente a quarta avó de Life For Sale. Ela foi mãe, entre outros, da terceira avó da craque argentina, Oscilação (Waldmeister), mãe, já aí em Bagé na Fazenda Mondesir, de Bretagne (Janus II), GGPP São Paulo, G1, e Marciano de Aguiar Moreira, G1, e quarta no GP Brasil, G1, vencido por Anilité, de Anorak, por St. Chad (GP José Carlos de Figueiredo, segundo no GP João Adhemar de Almeida Prado, G1, a Taça de Prata) e de Dimane (Janus II).
Dimane é exatamente a segunda avó de Life For Sale. Bela corredora, venceu os GGPP Diana, G1, e Criação Nacional, Taça de Prata, G1, ambos em Cidade Jardim). De sua produção, saiu uma ganhadora do Brasil das éguas, GP Roberto e Nelson Grimaldi Seabra (G1), Vacilação (Roy). À exceção de Vacilação, Bretagne (mãe do clássico Irish Derby, GP Frederico Lundgren, G2), Anorak e Dimane defendiam as cores de seus criadores. Irish Derby, também.
Sua filha My Little Life (Ghadeer), é a primeira avó de Life For Sale. Antes, havia produzido, por Mark of Esteem, Ilsanpietro que ganhou prova graduada sulafricana.
E aí vem a mãe da “tríplice coroada” de La Plata, Doubt Fire (Ski Champ), segunda no GP Luiz Fernando Cirne Lima (G3) e João Adhemar de Almeida Prado (G3), na Gávea.
Assim vemos um pouco da história deste élévage que pode ser considerado uma das seis colunas básicas maiores da criação brasileira, junto com o Haras Guanabara, dos irmãos Seabra, com os Haras São José e Expedictus, da família Paula Machado, com o Haras Bela Esperança, de José Paulino Nogueira, com o Haras Faxina, de Henrique de Toledo Lara, e com os Haras Jahu & Rio das Pedras, dos irmãos Almeida Prado, por exemplo.
Ao élévage Peixoto de Castro, os modestos reconhecimento e aplausos do site do JCB.
Da Gerência de Turfe
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