Maior ídolo do turfe brasileiro, Jorge Ricardo é atração confirmada no festival da Tríplice Coroa Carioca. O piloto irá conduzir Hendrix no GP Francisco Eduardo de Paula Machado (G1) e Habitacion no GP Diana (G1), ambos de criação e propriedade do Haras Nacional.
Em entrevista exclusiva para o site do Jockey Club Brasileiro, a “Máquina de Vitórias” falou sobre sua recuperação, da próxima visita ao Brasil e reafirmou o desejo de voltar a ser o primeiro do mundo em número de vitórias. Confira abaixo!
Como aconteceu o convite para participar das provas das Tríplices Coroas e o que te motivou a aceitar?
JR: O Venâncio Nahid me convidou para montar os dois cavalos do Haras Nacional e eu não tive como recusar. Ele sempre me prestigiou muito quanto eu estava aí na Gávea e, além de tudo, é um grande amigo, assim como toda a sua família. E também pelo Haras Nacional, que na verdade foi a primeira coudelaria a me contratar no início da minha carreira.
Após o acidente e o tempo de recuperação, você considera estar na sua melhor forma novamente?
JR: Em relação a minha forma física, se eu falar que eu estou 100% vou estar mentindo. Sempre tive uma rotina muito agitada, galopava de manhã, corria e me exercitava todos os dias. E tive que parar com tudo por mais de quatro meses. Então, por mais que você faça as coisas como têm de ser feitas, custa um pouco. Na verdade ainda estou em fase de recuperação, preciso melhorar os movimentos do braço, a forma física e acho que isso só vou recuperar plenamente com o tempo, montando e trabalhando.
Após este percalço dos últimos meses, a motivação pela liderança mundial segue a mesma?
JR: Sigo animado e motivado sempre. Infelizmente aconteceu o que aconteceu, é o tipo de risco que a gente corre na nossa profissão de jóquei. Eu sigo com a mesma vontade, com a mesma gana e eu quero reconquistar o recorde mundial, que já tive em minhas mãos duas vezes e acabou escapando. Uma vez por motivo de doença e agora devido a essa queda. A diferença não é muita, mas é considerável. Eu sei que pode demorar um pouco, mas meu objetivo é retomar o recorde e eu vou fazer força para isso.
Voltando a falar sobre os animais que você vai montar nas provas das Tríplices Coroas, já os conhece, teve tempo de estudar os páreos?
JR: Não tive a oportunidade de parar e analisar as provas com calma. O que sei é que o páreo dos potros saiu com poucos animais e que tem um cavalo que, pelo que me passaram, é uma máquina de correr e, se pegar bem a distância, pelo que ele tem feito, vai ser duro derrotá-lo. Agora, corridas são corridas, a gente nunca entra na pista derrotado. Eu tenho boas referências do potro do Venâncio, ele me disse que o animal está bem, respeita muito o do Alvarenga, mas está esperançoso. E sobre a potranca, sei que o páreo saiu cheio, mas é uma prova aberta, que pode ganhar qualquer uma. O Venâncio me passou que a égua também está muito bem e ele tem muita fé.
Ricardo, que sofreu um novo acidente no último final de semana, mas saiu ileso, frisou ainda que a ideia é montar em outros páreos no domingo do Festival da Tríplice Coroa Carioca, marcado para o dia 16 de fevereiro.
Por Celson Afonso – Fotos: João Cotta