No próximo domingo, 24 de novembro, o Jockey Club Brasileiro homenageia uma das melhores éguas de todos os tempos do turfe nacional, a alazã Garbosa Bruleur, com uma Prova Especial em 1.400 metros, pista de grama para éguas de 3 anos e mais idade.
Criada pelo Haras Bela Esperança, de José Paulino Nogueira, e de propriedade de José Buarque de Macedo, Garbosa Bruleur foi batizada como Garbosa II, uma filha de Tintoretto e Lolilta, por Ksar. Estreou na Gávea aos dois anos, numa prova de turma, em 800 metros, com vitória fácil. Depois, venceu o Clássico Paul Meugé, Barão de Piracicaba e Luiz Alves de Almeida. Aos 3 anos, reapareceu ganhando o GP Francisco Vilella de Paula Machado e GP Linneo de Paula Machado, em 2.000 metros, derrotando Halcyon e Holkar, poderosos defensores da família Paula Machado.
Já Garbosa Bruleur, a popular Lourinha, continuou sua série de vitórias nos GGPPs Henrique Possolo (batendo Hainan e Helíada) e Outono (este a 1ª prova da Tríplice Coroa de produtos, quando dominou Holkar e Héreo). Venceu ainda os 2.400 metros do GP Marciano de Aguiar Moreira, chegando a nove carreiras de invencibilidade, com triunfos entre os 800 e 2.400 metros, na areia e na grama.
Em 1947, aconteceu um dos mais esperados confrontos da história do turfe, quando a invicta Garbosa Bruleur foi anotada no campo do Grande Prêmio Cruzeiro do Sul e iria enfrentar o também invicto e sensacional Helíaco. Com Luiz Rigoni mais uma vez em seu dorso – somente em uma das 17 atuações de Garbosa Bruleur, Rigoni não a montou-a, no GP Diana, em que finalizou na terceira colocação para Tirolesa e Pewa, com Artur Araújo em seu dorso -, a égua não resistiu ao poderio locomotor do animal dos Paula Machado e finalizou na terceira colocação, sendo batida também por Helíada. Uma exibição de gala de um corredor fenomenal que só viria a perder sua invencibilidade no GP São Paulo de 1948, quando Garbosa Bruleur lhe deu o troco do Cruzeiro do Sul, derrotando-o por um corpo e meio e assinalando o recorde dos 3.000 metros, para delírio da multidão que compareceu ao Hipódromo Paulistano.
Na reprodução, a “Lourinha” produziu Garboleto (Derby Paulista), Hansita (GP Diana), e os clássicos Sisamo e Race Horse. E dela descendem inúmeros animais clássicos até os dias de hoje, como o ganhador do GP Brasil-2013 Aerosol, além de For Merit-G2, Kijolighadeer-G2, Del Garbo-G1, Core Business-G1, Eco Art-G2, entre muitos outros.
Para a carreira deste ano, estão anotadas seis competidoras. São elas: Marry Me Juliet, Magic For Happy e Miss Brasil (todas do Haras Santa Maria de Araras); Rivane (Stud Red Rafa); Dash And Play (Haras Estrela Nova); Ruby Lane (Haras Fronteira P.A.P.); Quixodó (Haras Vale Verde); Roxy Girl (Haras Figueira do Lago); e Micaela (Stud Verde).
por Fernando Lopes – Texto retirado do livro – Turfe – Histórias e Memórias de Samir Abujamra– foto: Arquivo & Sylvio Rondinelli