Turfista, proprietário, veterinário, comissário de corridas e… narrador, Fabio Macedo pegou muita gente de surpresa quando assumiu o microfone na última segunda-feira e narrou duas provas na reunião carioca.
Alvo de muitos elogios, Fabio virou motivo de curiosidade por boa parte dos turfistas, que queriam conhecer um pouco mais do jovem (31 anos) que se aventurou – saindo-se muito bem – à frente das narrações do Jockey Club Brasileiro.
Abaixo uma pequeno bate-papo:
Como conheceu o turfe?
FM: Através do meu avô, Edson Souza da Costa, que primeiro apresentou o turfe ao meu pai, Carlos Alberto da Costa, e depois para mim. Eles criaram o que hoje é o nosso stud, o Arc En Ciel. Lembro-me de ir ver os treinos no CT Dedo de Deus, ainda com dez anos. Aos 15, passei a vir ao Jockey quase que diariamente, acompanhar o treinamento dos animais. Depois, escolhi a faculdade de veterinária e surgiu também a oportunidade de fazer este trabalho junto com a Comissão de Corridas. Mas, aproveitando a oportunidade, gostaria de destacar a participação do meu avô nisso tudo. Foi sempre um grande incentivador, sem ele, dificilmente eu estaria tão envolvido com o turfe.
Como surgiu a oportunidade de narrar?
FM: É até difícil explicar, tudo surgiu muito por acaso. Algumas semanas atrás o comissário Sérgio Samuel perguntou se eu tinha algum interesse nas narrações, pois, segundo ele, eu tinha uma boa voz e conhecimento. Eu disse que já havia tentado, brincando, quando criança, mas nada sério. Então, ele pediu para eu gravar um páreo como se estivesse narrando. E fiz. Todos ouviram e gostaram, inclusive o Presidente, Carlos Palermo. Na segunda, estávamos na comissão e então ele chegou pedindo para eu escolher um páreo para narrar, ao vivo, como prova de fogo. E resultou no que todos sabem. Narrei, ainda meio nervoso, mas acho que fui bem. Depois acabei voltando para a cabine e narrando mais um, a pedido do Presidente também.
Em quem se inspirou para narrar os páreos?
FM: Como disse, acabou acontecendo, não foi nada planejado. Mas as narrações do Ernani Pires Ferreira sempre me impressionaram. Lembro-me de gravar os páreos mais importantes quando criança e adolescente, não pelas narrações, mas pela qualidade dos cavalos. Porém, a locução do Ernani sempre roubava a cena. Era um craque. Então, nem que subconscientemente, foi uma inspiração. Recentemente, o Marco Aurélio Ribeiro, gostava muito da vibração e dos detalhes que transmitia.
Por Celson Afonso – Foto: Arquivo Pessoal