Em meados da década de 40, os irmãos Seabra, Roberto e Nelson, fundaram em Bananal, São Paulo, o Haras Guanabara, que logo se tornou um dos maiores haras de criação de cavalos do Brasil na década de 50, no auge do turfe brasileiro. De seus piquetes saíram vários campeões nacionais e internacionais.
O Haras Guanabara promoveu uma profunda e estrutural revolução dentro da criação nacional. Com o Guanabara, tudo que veio antes dele e insistiu em manter a mesma política de criação simplesmente naufragou. A revolução imposta pelos irmãos Roberto Grimaldi e Seabra e Nelson Grimaldi Seabrano campo de criação construído em Bananal (trazendo um pouco da Normandia para o interior de São Paulo) provocou uma renovação e uma atualização em limites que, até hoje, são percebidas pela influência sobre os inúmeros novos haras (pequenos ou grandes) que foram fundados desde então.
A política dosirmãos Seabra no Guanabara foi absolutamente internacional. Da formação dos piquetes ao emprego de pessoal altamente qualificado, da importação de garanhões ao rigor admirável na seleção das linhas maternas para a formação de seu plantel básico de éguas-mães, da preocupação com os acasalamentos que implicaram no envio de reprodutoras para a Europa e para a Argentina até o extraordinário bom gosto de suas construções, o Haras Guanabara é um exemplo da aristocracia e da classe que envolve o mundo do PSI.
Nessas duas décadas de criação na metade do século XX, com amor e respeito ao cavalo, os resultados vieram com muita dedicação: Um vencedor de Grande Prêmio Brasil: Tirolesa (50). Dois vencedores de Grande Prêmio São Paulo: Dulce (foto ao lado) (58); Sing Sing (63); Cinco vencedores de Grande Prêmio Cruzeiro do Sul – Derby Brasileiro: Martini (50); Honolulu (51); Canavial (57); Escorial (foto 1)(59) e Emerson (61); Um vencedor do Grande Prêmio Derby Paulista: Emerson (61), também vencedor do GP Derby Sulamericano (1962); Nove vencedoras do Grande Prêmio Diana: Tirolesa (48-49-50 e 51, à época o Brasil das éguas), Dulce (57); Emocion (58-59, Rio e SP); Embuche (67, SP) e Emerald Hill (77, Rio e SP), sendo que para essas cinco últimas o Diana já era o Oaks e não mais o Brasil das éguas.
Entre vários campeões criados ou que defenderam a farda dos irmãos Seabra estão Tirolesa, Dulce, Duplex, Canavial, Canaletto, Sing Sing, Lohengrin, Huxley, Empeñosa, Loretta (ganhadora do Oaks carioca de sua época, GP Marciano de Aguiar Moreira), Martini, Honolulu, My Love, Duty, Cruz Montiel, Snooker, Embuche, Bucarest, Emocion, Encore e os exportados Emerson (grande garanhão na França) e o extraodinário Escorial, que para muitos está entre os três maiores animais de todos o tempos no Brasil.
Os Seabra fizeram algumas das maiores e mais importantes importaçães de garanhões. Entre eles, vale lembrar: Orsenigo, Hunter´s Moon, Royal Forest, Locris, Bahram (este em forma de sindicato, ficando sediado na Argentina) e Felicitation que se juntaram ao nacional Radar.
Fonte: Wikipédia – Foto: Internet
Neste sábado, 4 de agosto, o Jockey Club Brasileiro homenageia os filhos do patriarca da família Seabra, Gervásio Seabra, com a realização do Grande Prêmio Roberto e Nelson Grimaldi Seabra (G1), o “Brasil das éguas”, tradicional carreira que reúne as melhores éguas de 4 anos e mais do turfe nacional, em 2.000 metros, na pista de grama. Neste ano foram anotadas, pela ordem de balizamento: Delírio de Amor (Stud Capitão), Jet Queen (foto) (Haras Santa Ana do Rio Grande), La Française (Fazenda Mondesir), Donatela Bela (Haras Figueira do Lago), Huellas de Arena (Stud Casablanca, Energia Dalva (Haras Estrela Energia), Venetian Boat (Haras Santa Rita da Serra), Verdena (Haras Tango), Natalinda (Stud Cafelândia), La Defense (Stud Azul e Branco), Dinovo (Stud ELF), Unique Zuca (Stud Gold Horse), Fora-da-Lei (Haras Nacional) e Vanua Levu (Haras Santa Maria de Araras).
por Fernando Lopes – foto: Gerson Martins