O Jockey Club Brasileiro presta homenagem nesse próximo domingo, 17 de março, através de um Listed em 1.600 metros, grama, aos fundadores do Haras São Bernardo S.A., Barão Otto Von Leithner e Baronesa Marie Blanche Von Leithner, um dos mais fundamentais criadores e proprietários que o Brasil já teve.
O Haras São Bernardo foi implantado no final dos anos 40, numa propriedade no município de São Bernardo, em São Paulo, aonde fora, anteriormente, o Haras Milano (Conde Adriano Crespi).
Remodelado e muito bem planejado, teve a sua primeira geração nascida em 1949, quando o casal Von Leithner adquiriu algumas reprodutoras cheias e mais o garanhão Black Toni. Dentre estas reprodutoras estava Gambia, filha de Maranta, do Haras São José & Expedictus, que veio anos depois a produzir o maravilhoso GAUDEAMUS (Violoncelle) e ser a primeira avó de Quartier Latin (Faublàs e Fugue, por Violoncelle), esta irmã própria do craque citado.
Mas, na realidade, o que estavam planejando se remetia fundamentalmente às importações francesas que fizeram em 1951, trazendo da França, VIOLONCELLE (Cranach e Montagnana, por Brantôme), grande ganhador clássico na França (Grand Prix de Saint Cloud, terceiro no Prix di Jockey Club), para fazer campanha de pista no Brasil (chegou a ser recordista dos 2.400 metros no prado carioca) e depois servir como reprodutor. Teleférique (Bactériophage e Beauté de Neige, por Saint Just), o melhor 2 anos na França em 1936 (Grand Critérium) e pai do grande Alizier – importado diretamente como reprodutor e um lote de éguas para a cria, onde se destacou FIDGETY NIGHT (Turkhan e Nuit de Noce, por Godiche), a mãe de outro fenômeno, a égua COURAGEUSE (Cranach), que veio em seu ventre.
Contou também com os serviços dos reprodutores Faublàs (Pharis e Naziad, por Jock), ganhador do Prix Noailles, e o americano Pass The Word (Landing e Ready Room, por Heliopolis), segundo no Travers Stakes e no Jim Dandy Stakes, terceiro no Citation Handicap, posteriormente comprado pelo modelar, mas infelizmente também extinto, Haras Sideral.
O Haras, quando em funcionamento, era um primor de organização, tendo à frente um grande conhecedor do PSI, o húngaro de nascimento, Joseph Gatti, que havia estabelecido uma seção no litoral de São Paulo, mais precisamente em Solemar, próximo a São Vicente, para onde seguiam os potros antes de iniciada as suas campanhas de pista. De lá, vinham para treinamento, devidamente domados e prontos para formarem a galeria de ganhadores clássicos do Haras São Bernardo S.A.
Abaixo, alguns dos principais nomes do Haras São Bernardo S.A:
QUARTIER LATIN, por Faublas e Fugue (Violoncelle), considerado por muitos como o melhor milheiro brasileiro de todos os tempos. Venceu os GGPPs Presidente da República, do Rio de Janeiro e de São Paulo, por duas vezes cada. Atuou 36 vezes para conquistar 15 vitórias e colocar-se em 16 oportunidades.
COURAGEUSE, importada no ventre, por Cranach e Fidgety Night (Turkhan), GP Cruzeiro do Sul, GP Diana, GP Henrique Possolo, GP Marciano de Aguiar Moreira e GP José Guathemozin Nogueira (em Cidade Jardim).
GAUDEAMUS, por Violoncelle e Gambia (Maranta), GP Derby Paulista, GP Juliano Martins, GP Manfredo da Costa Jr, GP Antenor de Lara Campos, e reprodutor clássico (Patience e Photo Finish).
INITIE, por Violoncelle e Hopitte (Pay Up), GP Diana, GP Barão de Piracicaba.
NAGEUR, por Faublas e Fanfare (Violoncelle), GP Cruzeiro do Sul.
PHOTO FINISH, por Gaudeamus e La Indiana (Black Devil), GP Barão de Piracicaba.
QUIZ, por Eviva Violon e King’s Fancy (Faublàs), GP Derby Paulista (na areia), pai de Draw Back, GP Diana, esta mãe de Donnegalle, GP 25 de Janeiro, por sua vez mãe dos ganhadores de grupo Malmedy e Nineties, e segunda avó de Fluke (G! nos Eua), Hunka Hunka (GP Diana, G1) e I Scream (GP OSAF, G1).
VOILE, por Pass The Word e Odile (Flamboyant de Fresnay), GP Henrique Possolo.
TONNERRE, por Pass The Word e Hymne (Violoncelle). GP Consagração
XIPHOS, por Pass TheWord e Nonchalance (Gaudeamus), GP Governador do Estado, pai de El Categorico (Nota Mil, por Satanás), campeão dos quilômetros internacionais carioca e paulista, GGPP Major Suckow (G1) e Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo de Corrida (G1)
Hoje em dia, alguns dos pedigrees de ganhadores clássicos, notadamente de grupo, apresentam estes nomes que imortalizaram o Haras São Bernardo S.A., com sua farda ouro, braçadeiras e boné preto.
Da Redação, com Assessoria da Gerência de Turfe – Fotos: Internet
