Fazendo jus a seu nome, Aerosol literalmente pulverizou os rivais nos 2.400 metros do Grande Prêmio Brasil (G1) 2013. Cavalo tido em altíssima conta por seus responsáveis desde o início de sua campanha, Aerosol já havia mostrado seu valor ao vencer com autoridade os 1.600 metros do GP Estado do Rio de Janeiro (G1), abertura da Tríplice Coroa de 2012. Com raça para ir bem no aumento da distância, a Tríplice Coroa era uma conquista eminente. Todavia, problemas locomotores tão comuns aos grandes cavalos, que se empregam muito mais que os cavalos normais, tiraram de Aerosol essa possibilidade. Mas, a vida escreve certo por linhas tortas e quis o destino que o fantástico alazão se recuperasse em tempo de obter sua consagração mor, vencendo de forma espetacular, de ponta a ponta a prova máxima do turfe nacional.
Antes da história do páreo, merece um parágrafo o vitorioso, determinado e talentoso treinador Julio Cezar Sampaio. Trabalhador, sério e com um dom inato na arte de treinar um PSI, Alemão colocou em sua prateleira repleta de taças, o troféu que lhe faltava, o Grande Prêmio Brasil. Tríplice Coroado com Plenty Of Kicks, mesmo animal que lhe rendeu um Presidente da República, bicampeão do GP Major Suckow (Desejado Thunder e este ano com Desejado Put), campeão do Roberto e Nelson Grimaldi Seabra, com Inchatillon, faltava a glória maior e merecida que veio hoje, com Aerosol, um cavalo que Sampaio sempre elogiou e, neste 04 de agosto, confirmou in totum o feeling do profissional, levantando o GP Brasil e eternizando seus nomes na história do turfe.
Partida magnífica para os 18 concorrentes. Voluntarioso, Aerosol tomou a ponta e passou pelo disco na 1ª vez na frente dos outros e mostrando que quem quisesse o páreo teria que derrotá-lo, pois a disposição e a força de seu galope eram de impressionar. Ifigênio , Taleban, Ganesh, Energia Destaque, Filho do Vento, Vontade de Matar, Butler, Golden God, Mojito, Olympic Quest, Abidjan, Gober, Aerosol, American Storm, Sandbuck e Mr Lam vinham depois. Imprimindo ritmo de acordo com sua categoria, Aerosol pisava forte e seus rivais meio que saiam do natural para tentar acompanha-lo. Pouco além da metade da reta oposta, Altair Domingos conseguiu “amansar” Aerosol e permitiu a aproximação de Ifigênio e Taleban.
Na reta final da maior carreira do turfe brasileiro, Aerosol entrou com dois corpos sobre seus oponentes. Como numa troca de turno, Ifigênio e Taleban cansaram, então foi a vez de Ganesh, Ibrahimovic e Mojito mostrarem “armas” contra Aerosol. Porém, neste domingo histórico, nada impediria o êxito de Aerosol, nem mesmo a categoria de Angelo Marcio Souza no dorso do valente Ganesh. O defensor do Stud Red Rafa atacou Aerosol, porém o disco chegou antes e o louro da vitória foi merecidamente para Aerosol. Mojito chegou descontando bastante na terceira posição. Ibrahimovic e Energia Destaque fecharam o placar.
Vinte anos após Villach King conquistar seu bicampeonato, o Haras Santa Maria de Araras (que em 89 já havia vencido com Troyanos) ganha mais um GP Brasil (o 4º), desta vez com Aerosol, um filho de Public Purse e Niña Sabella, por Jules. Em sua quarta vitória, a segunda de G1, Aerosol assinalou para os 2.400 metros, pista de grama macia, 2min25s94.
por Fernando Lopes – foto: Gerson Martins