Distância com cerca móvel, por Milton Lodi

Já há muitos anos que o Jockey Club de São Paulo publica a relação das distâncias, normalmente, corridas no Hipódromo de Cidade Jardim em pista de grama, com os naturais acréscimos às colocações da cerca móvel. Na última semana de novembro de 2012, coube ao Jockey Club Brasileiro copiar o bom exemplo. As colocações habituais da cerca móvel seguem a orientação e critério do técnico Paulo Nania. Normalmente, há uma alteração semanal, que varia de 0, 3, 6, 9 e 12 metros e, excepcionalmente, não é colocada a cerca móvel em dias de provas de Grupo I. Esse critério geral tem por objetivo poupar os trechos mais pisoteados da raia, ante a natural procura dos animais pela proximidade da cerca interna. O resultado mostra-se muito bom, a raia de grama do Jockey Club Brasileiro apresenta-se normalmente em boas condições, mesmo quando o piso não está seco.

Há uns poucos turfistas que entendem que, com a cerca móvel, os animais que largam por fora levam muita desvantagem. O raciocínio não procede, pois se os de fora ficam mais afastados da cerca fixa interna, o mesmo acontece com os que largam por dentro. O que importa é a distância entre o de fora e o de dentro, não importa a que distância está à cerca móvel da fixa. Perguntei ao jóquei Carlos Lavor, um dos melhores e mais experientes dentre aqueles que, habitualmente, montam no Hipódromo da Gávea, o que ele achava a respeito, ele disse que com ou sem cerca móvel é a mesma coisa, não altera em nada.

A cerca móvel usada na Gávea é o que há de mais moderno no turfe europeu. É de origem australiana, segura, facilmente desmontável e transportável.

No caso específico do Hipódromo da Gávea, há a se considerar o péssimo traçado da curva da direita, na verdade começando por uma esquina, depois uma semi-reta, e terminando em uma curva bicuda de ângulo agudo, que projeta os corredores para o lado externo da pista. E mais, a raia de grama tem 28 metros de largura, mas na tal curva bicuda ela se estreita para 16 metros. É um absurdo cometido pelo autor do projeto e que foi aprovado. A tal curva da direita é muito ruim.

O engenheiro Luís Oswaldo Lopes Leite, Diretor do Jockey Club Brasileiro, por solicitação da Comissão de Corridas, providenciou um trabalho de medição com todos os números das distâncias corridas na Gávea, com cerca de 0, 3, 6, 9 e 12 metros.

A seguir, as habituais distâncias na raia de grama do Jockey Club Brasileiro:

Essas as medidas projetadas.

O Jockey Club de São Paulo já há anos publica as distâncias reais dos páreos com cerca móvel.

São esses os números Rio – São Paulo referentes às distâncias com a cerca móvel.